terça-feira, 17 de junho de 2008

Avanço tecnológico

Usinas de açúcar e álcool e algumas indústrias poderão contar com um modelo mais eficiente e revolucionário de sacarímetro. O equipamento, utilizado para medir o teor de sacarose (açúcar) do caldo de cana, foi desenvolvido por pesquisadores da Tech Chrom, empresa gerada a partir da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp).
O sacarímetro tradicional contém em seu interior peças móveis, como o motor elétrico. No novo modelo, ao contrário, não existem peças que se movimentam internamente. Em vez de lâmpada de filamento, com luz comum, o sacarímetro recém-criado usa laser infravermelho para analisar as amostras de caldo de cana. Outra diferença: o sacarímetro convencional tem um metro de comprimento e pesa 40 quilos. O novo modelo tem 40 centímetros de comprimento e pesa oito quilos.
Nos sacarímetros convencionais, o feixe óptico, como opera com luz comum, não consegue penetrar as amostras de caldo de cana (normalmente escuras) para analisar o teor de sacarose. Por isso, essas amostras, antes de serem analisadas, precisam de clarificação química (processo de remoção da cor e turbidez). Isso, tradicionalmente, era feito com sal de chumbo -- substância tóxica para quem realiza a análise e poluente do solo e lençol freático, hoje proibida por lei. Por outro lado, produtos alternativos, à base de alumínio, são caros e nem sempre apresentam a mesma eficiência.
No sacarímetro da Tech Chrom, a amostra de caldo de cana é atravessada por um feixe de luz laser infravermelho, que torna o caldo é mais transparente, mesmo que pareça mais escuro ao olho humano, que não é sensível ao infravermelho.
A Tech Chrom desenvolveu o projeto do equipamento com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e estímulo inicial de um distribuidor para o setor, além de empregar recursos próprios. O componente óptico, a eletrônica digital, o software e a mecânica (sem partes móveis) foram integralmente desenvolvidos por pesquisadores da empresa. Os componentes para produção seriada são adquiridos no mercado nacional e internacional, e o produto é montado na Tech Chrom.
O equipamento passa, no momento, por testes de aplicação e deverá estar disponível no mercado ainda nesta safra de cana-de-açúcar.

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