segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Protesto contra a "Cura Veado"

Comunidade gay do PR protesta contra cachaça "Cura Veado"

A militância gay do Paraná anda louca da vida. Uma empresa colocou à venda uma cachaça com o rótulo "Cura Veado", em que se vê um homem desmunhecado, de batom, unhas vermelhas, sobrancelhas arqueadas, cílios postiços e com os cabelos tingidos de rosa.

Líderes do movimento gay dizem ver preconceito e discriminação, ao passar a idéia de que a homossexualidade é doença e pode ser curada, e afirmam terem virado motivo de piadas de mau gosto.

Por R$ 9,90, a "Cura Veado" pode ser comprada em duas lojas da Magic Center em Curitiba e on-line no site da empresa. A ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais) enviou um ofício à empresa pedindo que ela "se dignifique a retirar o referido rótulo do produto, considerando-se que ele contribui para o preconceito e a discriminação, pois transmite uma idéia errônea da realidade homossexual, além de fazer deste cidadão objeto de riso".

Dono da empresa Magic Center, Luimar Szczepanski diz que a cachaça é vendida há 40 anos "como brincadeira" e que "não se pode ir contra a força da cultura popular".

"O que posso dizer se sentiram ofendidos? Não foi nem nunca será a intenção fazer chacota e discutir homossexualidade." Ele diz que a "Cura Veado" vende ao menos duas dúzias/mês. E quem compra essa cachaça? Segundo a Magic Center, o produto é vendido aos que querem pregar uma peça em amigos. Entre outros rótulos, a loja vende a "Amansa Corno" e a "Nabunda".

Ao menos por enquanto, a associação diz que não pretende processar a loja pela "Cura Veado", mas "dialogar para promover uma ação educativa", que chamam de "advocacy".

(Fonte: Folha de S.Paulo)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

As preferidas de Minas

Após 50 dias de consulta aos seus 1.800 associados e a 2.500 personalidades diversas do “Mundo da Cachaça”, de Minas Gerais e de outros estados, o Clube Mineiro da Cachaça apresenta, pela segunda vez, a relação das 50 Cachaças Preferidas de Minas.
Foram apuradas, no total, 2.084 indicações. O Clube se limitou a relacionar, por ordem alfabética, as cachaças mais lembradas por este grupo seleto de apreciadores e conhecedores da cachaça mineira.
Não foi feita por parte do Clube qualquer avaliação de mérito quanto à qualidade das cachaças indicadas. Nosso objetivo, conforme informado desde o início, foi identificar as marcas mais lembradas ou, ainda, a “cachaça do coração” de cada um.
As cachaças não foram “ranqueadas” e foram excluídas as cachaças com menor número de indicações.
O Clube Mineiro da Cachaça sabe que, além das cachaças mais lembradas, apresentadas a seguir, um grande número de outras marcas, de excelente qualidade, ficou de fora da relação, simplesmente por não terem sido indicadas neste levantamento ou por constarem com menos de 8 indicações. Em outubro/novembro de 2009, faremos uma nova pesquisa.


CACHAÇA CIDADE
Acuruy - Itabirito
Água da Bica - Brumadinho
Áurea Custódio - R. das Neves
Asa Branca - Salinas
Bandarra - Salinas
Beija Flor - Salinas
Bendita - Cataguases
Bodocó - Betim
Bueno Brandão - Bueno Brandão
Cachaça do Serro - Serro
Canarinha - Salinas
Chico Mineiro - Paineiras
Claudionor - Januária
Clube Minas - Lagoa Santa
Coluninha - Coluna
Cristalina - Buenópolis
Cristalina do Picão - Martinho Campos
Dama de Ouro - Araçuaí
Diva - Divinópolis
Dona Beja - Araxá
Erva Doce - Salinas
Ferreira - Engenheiro Navarro
Freguesia do Carmo - Prata
Germana - Nova União
Gota de Minas - Ouro Preto
Havana - Salinas
Indiana - Salinas
Isaura - Jequitibá
Januária - Januária
Lua Cheia - Salinas
Mandacaru - João Pinheiro
Mel de Minas - R. das Neves
Monte Alvão - Itatiaiuçu
Pendão - Itatiaiuçu
Prosa e Viola - Morro da Graça
Providência - Laginha
Rainha das Gerais - Curvelo
Rainha do Vale - Belo Vale
Roxinha - Abaeté
Sabor de Minas - Salinas
Salinas - Salinas
Século XVIII - Cel Xavier Chaves
Segredo de Araxá - Araxá
Seleta - Salinas
Serra Morena - Belo Vale
Tabaroa - Bichinho
Vale Verde - Vianópolis
Velha Aroeira - Viçosa
Velha Motinha - Januária
Velha Serrana - Serro

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O carvalho e o vinho

Interessante o artigo da especialista Sônia Mellier sobre a relação do carvalho com o vinho, que reproduzimos a seguir.

O nó da madeira

Sonia Melier

A relação do vinho com o carvalho data da Idade do Ferro, através dos barris introduzidos na Europa pelos celtas, mais ou menos em 1.200 A.C., dando um descanso às ânforas de barro. Feitos com a madeira do carvalho, a Quercus, com uma estrutura condensada, à prova de vazamentos, ideal para armazenar gêneros de consumo em geral, sobretudo líquidos, como o vinho, o azeite, a água. Além disso, o seu formato cilíndrico resultava em grande resistência. Podiam ser armazenados lado a lado ou uns sobre os outros. E, quando na horizontal, fáceis de mover. Tinham tudo para ter vida longa.

Quando falamos sobre vinho, pensamos quase que exclusivamente na uva e em suas variedades. Mas existem dois outros elementos cruciais para a produção de vinho. O levedo, Saccharomyces, sem o qual não existiria o vinho, apenas um suco de uva. E o carvalho. Sua relação com o vinho foi acidental, como vimos. Mas crítica, pois a maioria dos tintos finos e uma boa quantidade dos brancos dependem dos barris de carvalho para enriquecer o seu sabor.

O processo de manufatura de um barril compreende o aquecimento de sarrafos num braseiro de modo a que fiquem encurvados e se transformem em aduelas, dando aquela forma bojuda aos tonéis. E essa ligeira queima, aliada às propriedades químicas da madeira, interage com o vinho, para transmitir à bebida sabores muito característicos.

Outra qualidade dos barris de carvalho é a de ajudar na maturação dos vinhos, permitindo uma pequena e controlada exposição ao oxigênio. Normalmente, os produtores fazem o que podem para evitar o contato de seus vinhos com o ar. Mas, nesse caso, o baixo nível de oxidação que esses barris permitem é benéfico para a estrutura e o caráter do vinho.

Mas como o carvalho afeta o sabor de um vinho? Nos tintos, é comum que a madeira acrescente uma pitada de tempero, faça aparecer algumas notas de baunilha, melhore a estrutura da bebida. Num vinho branco que tenha sido fermentado e maturado em barris vamos notar um tom amanteigado, ao lado de especiarias e da baunilha comuns nos tintos.

Vinhos maturados em barris apresentam uma estrutura mais complexa, mais interessante do que aqueles que ficaram e tanques (de inox ou de cimento; neutros, portanto), embora algumas variedades brancas, como a Riesling e a Sauvignon Blanc raramente se beneficiem com a presença do carvalho.

O vinicultor sabe que pode criar "receitas" diferentes para seus vinhos. As uvas têm sabores diferentes a cada safra. Os barris também podem oferecer alternativas. Há notáveis diferenças se são novinhos em folha ou se já foram utilizados. E diferenças ainda maiores em razão de suas origens: se são feitos de carvalho americano ou de carvalho europeu (principalmente o francês). As diferenças são marcantes.

O carvalho americano (Quercus alba) tem anatomia diferente: os grãos são maiores, mas menos porosos; as notas de baunilha e de especiarias mais evidentes. Já com o carvalho francês (Quercus robur), de grãos também grandes (e mais porosos), esses efeitos são mais sutis. Os tanoeiros, antes de produzir os seus barris, "temperam" a madeira, deixando em contato com o ar, chuva, neve, frio e calor por meses. Eles tentam assim amaciar os taninos verdes do Quercus - que poderiam dominar o sabor do vinho e torná-lo intoleravelmente adstringente.

Fora aquecer os sarrafos para transformá-los em aduelas, o interior do barril também é "tostado" - tudo para se chegara um determinado estilo de sabor. E, assim, ao planejar suas "receitas", os vinicultores decidem o que vão utilizar, considerando que os barris franceses são muito mais caros do que os americanos. Vão também optar por barris novos ou usados, por pipas mais ou menos tostadas. Ou seja, pelo "tempero" que desejam para seu vinho.

Os barris novos conferem o máximo de sabores, evidentemente - o que vai diminuindo com cada utilização e re-utilização, de modo que, já no terceiro uso, os tonéis mal conseguem oferecer algum sabor. O produtor, muitas vezes, amadurece seus vinhos numa mistura de barris novos e usados, de modo a evitar a presença dominante do carvalho no sabor da bebida.

Como os barris novos são caros, seu uso é normalmente reservado aos melhores vinhos. Mas o vinicultor gostaria que seus vinhos mais baratos tivessem também os benefícios do carvalho, mas sem os altos custos dos barris. Assim, passaram a utilizar alternativas ao barril: são lascas, picotes, flocos, grãos de carvalho que colocam num tanque neutro para emprestar o sabor da madeira.

Os resultados são variáveis; os produtores estão aprendendo a utilizar essas alternativas não apenas por economia, mas para não deixar de fora o sabor do carvalho, mesmo que não utilizem os barris.

Barris que podem ser cada vez menos utilizados, em razão de técnicas novas, como a da micro-oxigenação, um processo que simula aquela gradual e mínima exposição do vinho ao oxigênio que acontece nos barris.

Um equipamento especial é colocado no tanque e libera microbolhas de oxigênio de modo controlado. Essa técnica utilizada em paralelo à das lascas de carvalho emula o processo da maturação em barris, sem presença destes (e de seus altos custos). É uma técnica ainda em sua infância, difícil de prever será adotada universalmente. Os barris podem até desaparecer, mas o carvalho continuará na história do vinho. O nó dessa madeira ninguém desata.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Todo mundo quer cheirar

A ciência tem procurado, já por longos anos, desenvolver técnicas que permitam identificar componentes químicos por intermédio de um nariz eletrônico. A novidade agora é a junção de um sensor ultra-sensível, capaz de detectar centenas de diferentes compostos químicos, com um programa de reconhecimento de padrões. Com isto, cientistas do laboratório NIST, nos Estados Unidos, criaram uma nova técnica para a fabricação de um nariz eletrônico.

Usos do nariz eletrônico

De acordo com jornalistas do site "Inovação Tecnológica", além de monitorar processos industriais - na indústria de alimentos, farmacêutica e de produtos de beleza - e garantir a segurança de astronautas - detectando qualquer emissão tóxica no interior da nave - o nariz eletrônico é uma ferramenta cada vez mais pesquisada para a detecção de contaminantes ambientais e até de agentes patogênicos que possam estar se espalhando pelo ambiente.

Detectando cheiros desconhecidos

A grande vantagem da nova abordagem, em relação aos narizes eletrônicos já existentes, é a capacidade para detectar assinaturas químicas para as quais o nariz eletrônico não foi previamente treinado. Embora já existam equipamentos semelhantes com sensores à prova de desgaste, o módulo de reconhecimento adapta-se automaticamente às variações nas respostas do sensor à medida que ele envelhece.

O sensor do nariz eletrônico é na verdade um conjunto composto por oito sensores integrados, cada um construído para detectar uma família diferente de compostos químicos - os cheiros chegam até o nosso nariz na forma dos chamados elementos-traço, minúsculas quantidades de compostos químicos que representam a "assinatura" de cada material ou produto.

Essas moléculas cheirosas ativam neurônios sensoriais que transformam as interações químicas em sinais elétricos, por sua vez interpretados pelo cérebro como cheiros. Nós possuímos cerca de 350 tipos de neurônios sensoriais; animais como cães e ratos têm centenas de vezes mais do que isso.

Produtores de cachaça, além de cientistas e professores que lidam com a bebida nacional brasileira, têm acompanhado com atenção a evolução das pesquisas nessa área, tendo em vista a necessidade de implantação de um sistema de análise sensorial que identifique, de forma cada vez mais segura, os valores intrínsecos e diferenciados do sabor e do aroma da cachaça de alambique.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Bebidas estatizadas

Interessante a matéria publicada pela jornalista Sônia Melier, no jornal Tribuna da Imprensa da semana passada. Vale uma reflexão.

O remédio sueco

Sonia Melier

O comércio de bebidas alcoólicas será também estatizado? Pelo que entendi, o plano americano para solucionar o caos financeiro é socializar o sistema, estatizá-lo, pelo menos em parte. Um editorial do "New York Times" diz que "injetar dinheiro diretamente nos bancos em troca de uma fatia da propriedade resultaria num impulso mais rápido e poderoso ...seria também melhor negócio para os contribuintes pois daria a eles o direito imediato a lucros gerados pelos bancos". A prática se estende à Europa e até no Brasil já começa a ser cogitada.

Mas ela já aconteceu na Suécia, em 1992, onde estourou uma bolha semelhante, o governo interveio. Muito das presentes iniciativas têm base na chamada "solução sueca". A estatização lá se estendeu até ao comércio de bebidas alcoólicas. O governo sueco, na ocasião, criou o Systembolaget, um monopólio estatal de vinhos e destilados, até recentemente, o maior comprador de bebidas alcoólicas do mundo.

No site da empresa explica-se que o tal controle não visa o lucro através da venda de álcool: sem essa motivação, não há razão de persuadir consumidores a comprar além da conta e nenhuma razão para vender a pessoas de menos de 20 anos. Aparentemente, essa idéia provou-se eficiente na prática.

O consumo de álcool na Suécia estaria entre os mais baixos da Europa (no início do século XIX ficava entre os mais altos). O argumento é o de que capitalismo é muito bom, os incentivos para o lucro são poderosos. E o álcool é legal, também. Mas os problemas acontecem quando as duas coisas se misturam. Daí, a criação de um monopólio estatal nesse setor. Systembolaget (ou "A companhia do sistema") é dona de uma vasta rede de lojas de bebidas espalhadas por toda a Suécia: a única autorizada a vender bebidas alcoólicas contendo mais de 3,5% de álcool.

As bebidas precisam ser compradas individualmente (não entregam em casa); as promoções ("compre uma leve outra grátis...") são proibidas; nenhum produto pode ser favorecido (por exemplo: todas as cervejas têm de ser refrigeradas; ou nenhuma delas); a idade limite para a venda é 20 anos (segundo o site, a principal razão do monopólio é forçar esse limite); é proibida a venda para pessoas embriagadas ou suspeitas de comprar para terceiros (e, implicitamente, para aqueles abaixo da idade limite).

O Systembolaget serve a um mercado de nove milhões de suecos e é um dos maiores compradores de vinho e destilados do mundo, aparentemente só perdendo para a Tesco, a grande rede inglesa de supermercado. O monopólio está organizado em princípio para atender à demanda dos consumidores por vinhos e destilados, mas não para promover vendas e encorajar o consumo excessivo de álcool. Suas lojas são bem organizadas, os funcionários continuamente treinados, havendo eventos regulares de degustação.

(Saiba mais em System bolaget). O economista e crítico de vinhos Mike Veseth (Wine economist) pergunta se os suecos estão certos de que o motivo do lucro é perigoso em alguns mercados. Perigoso como o álcool. Essa, afinal, é a idéia por trás do Systembolaget.

Será que finanças e bebidas alcoólicas são iguais - úteis, mas potencialmente letais? Excelentes quando atendem a necessidades legítimas, mas explosivas quando o objetivo do lucro leva ao abuso? Mike Veseth acha que a crise financeira está levando os EUA (e o mundo) a adotar um Systembolaget para os bancos.

Tomara que a intervenção estatal fique restrita a bancos e afins. As bebidas alcoólicas já possuem leis e controles suficientes na maioria dos países. O próprio Systembolaget parece contraditório. O lucro dessa estatal em 2007 foi de 74 milhões de dólares. O lucro, então, não é uma motivação?

Além disso, o consumo de álcool foi maior na Suécia do que em qualquer outro país ocidental. Num estudo recente envolvendo 15 países da União Européia, o consumo de vinho na Suécia cresceu 9%.

O segundo lugar ficou com a Irlanda (que não tem qualquer tipo de monopólio controlador): mais 3,6%. Veja em: Monopolet

O vinho em caixas (bag-in-box) representa 55% do consumo total no país, o que para alguns é um fator de aumento do consumo de álcool às escondidas, em casa. E, portanto, incentivo ao alcoolismo. Além disso, apenas 50% de todo o álcool consumido na Suécia se origina do Systembolaget. O restante vem de outras fontes, inclusive de destilados (principalmente vodca) ilegalmente feitos em casa, o que certamente pode levar a problemas de saúde e mais uma vez ao alcoolismo.

Acho, sim, que é papel dos governos intervir quando setores da sociedade bagunçam o coreto. Mas levar o estatismo a todas as áreas, como a das bebidas, não funciona, como vimos. Vamos só lembrar de nossas experiências com as autarquias de peixe, açúcar, café etc. Não dá certo. A coisa acaba ficando como aquela fazenda do Orwell (na "Revolução dos Bichos"), onde "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros".

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Brasileiro vende maior coleção de uísques do mundo

O principal colecionador de uísque escocês do mundo, o brasileiro Claive Vidiz, vendeu sua coleção para o braço escocês da Diageo, líder mundial no setor de bebidas.

A coleção, de 3.384 garrafas, foi formada pelo brasileiro ao longo de 35 anos. Vidiz viajou o mundo em busca das bebidas para criar sua coleção, considerada a maior do mundo.

Os detalhes da venda, inclusive o preço pago pela rara coleção, não foram divulgados. No entanto, especialistas na bebida afirmam que a compilação é "inestimável" e conta com os uísques mais populares até os mais raros.

A coleção será emprestada pela Diageo a uma empresa escocesa de turismo Scotch Whisky Experience, uma atração turística que faz programas especiais sobre a tradição do uísque escocês.

A empresa, que faz parte da tradicional Royal Mile – percurso de uma milha que reúne as principais atrações de Edinburgo -, está construindo uma adega especial para abrigar a coleção.

Raridades

Entre as principais raridades da coleção está uma das 69 garrafas de malte único Strathmill produzidas para celebrar os 100 anos da destilaria Speyside.

As garrafas da edição limitada do uísque, envelhecido 100 anos, foram oferecidas a poucas pessoas selecionadas a dedo, inclusive alguns chefes de Estado.

"É maravilhoso ver a coleção retornar à Escócia. É como a expressão que temos no Brasil – “o bom filho à casa torna” – e acho que a coleção está de volta à sua família agora", disse Vidiz.

Uma das garrafas preferidas do colecionador é um exemplar do Dimple Pinch, uma das primeiras edições especiais de uísque produzidas na Escócia.

A garrafa foi comprada por Vidiz em 1969 por US$1 mil. Na época, era a garrafa de edição especial de uísque escocês mais cara do mercado.

A coleção de Vidiz foi transportada de navio e seu envio levou meses de preparação, já que cada garrafa foi embalada individualmente por especialistas em obras de arte.

"Estamos felizes por ter trabalhado com Claive para trazer essa coleção maravilhosa de volta para a Escócia e por estarmos ajudando a preservar seu legado e importância histórica", disse Bryan Donaghey, diretor da Diageo Scotland.

O diretor da VisitScotland, a empresa oficial de turismo do país, Philip Riddle, afirmou que "o retorno de uma coleção tão importante e significativa para a Escócia é uma notícia fantástica".

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cientistas querem criar nariz artificial

Cientistas americanos afirmaram que estão mais próximos de desenvolverem um sensor que imita o funcionamento do nariz humano.

Os pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) afirmam ter superado um dos maiores problemas, a produção em massa de proteínas chamadas "receptores olfativos". Em média, os humanos têm 100 milhões destas proteínas.

Muitos pesquisadores no mundo todo estão trabalhando no desenvolvimento de "narizes eletrônicos", que detectam as mesmas moléculas que formam os cheiros reconhecidos pelo olfato das pessoas.

Mas, enquanto muitas destas experiências são baseadas em sensores construídos com materiais artificiais, a pesquisa do MIT trabalha com um sensor baseado na biologia do nariz humano.

"A principal barreira para o estudo do olfato é que não tínhamos conseguido fabricar receptores em número suficiente e homogeneizar estes receptores", afirmou Brian Cook, do MIT.

Primitivo

O trabalho dos cientistas americanos também poderá levar ao melhor entendimento de como o olfato pode reconhecer uma série aparentemente infinita de odores.

"O olfato é talvez um dos mais antigos e primitivos dos sentidos, mas ninguém realmente entende como funciona. Ainda é um enigma", disse Shuguang Zhang, diretor associado do Centro para Engenharia Biomédica do MIT e um dos autores da pesquisa que foi publicada na publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences.

O nariz humano tem cerca de 300 tipos diferentes de receptores olfativos na membrana que cerca as células que revestem as passagens nasais. Cada receptor se liga a um tipo diferentes de molécula.

As tentativas anteriores de fabricar receptores artificiais fracassaram, pois a estrutura é destruída quando estes receptores são retirados do ambiente específico.

A equipe do MIT, liderada por Liselotte Kaiser, conseguiu desenvolver uma solução que protege os receptores durante o processo de produção.

Os testes com estes receptores mostraram que as proteínas fabricadas e mantidas na solução ainda conseguiam se ligar a moléculas que precisavam detectar.

Ajuda no diagnóstico


Os pesquisadores afirmam que, se estes receptores forem usados em dispositivos, como um nariz artificial, eles poderiam ser usados para ajudar no diagnóstico precoce de doenças como diabetes, ou câncer na bexiga, de pulmão ou de pele, que secretam moléculas específicas.

O professor Krishna Persaud, que pesquisa um "biosensor" na Universidade de Manchester, Grã-Bretanha, elogiou a pesquisa do MIT, mas lembrou que ainda existem obstáculos antes da criação de um sensor baseado no nariz humano.

Para o cientista, as proteínas fabricadas precisam ser colocadas de uma forma que possam funcionar do mesmo jeito que funcionam na membrana da célula.

E, mais importante, o método de coletar a informação destas proteínas, transmissão e processamento desta informação, teria que ser desenvolvido.
(Fonte: BBC)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Pub proíbe entrada de égua que era cliente assídua

Deu no jornal

Um pub na região inglesa de Tyneside, no norte do país, proibiu a entrada de uma égua que era freqüentadora assídua do bar.

A égua Peggy, de 12 anos, costumava freqüentar o pub do hotel Alexandra, na cidade de Jarrow, com seu dono, Peter Dolan, e tomava uma cerveja acompanhada de um pacote de batatas fritas.

No entanto, desde que o local passou por uma reforma em que foram colocados novos carpetes, a dona do estabelecimento proibiu a entrada do animal no pub.

Atualmente, Peggy acompanha o seu dono até a porta do bar, mas permanece do lado de fora.

"Apesar de ela ser provavelmente mais limpa do que alguns dos meus clientes, tive que bater o pé e mostrar a saída para ela", disse a dona do bar, Jackie Gray.

Dolan, um aposentado de 62 anos, disse que os clientes sentem a falta do animal.

"As pessoas entram no pub e a primeira coisa que fazem é perguntar: 'Onde está a Peggy?'", afirma.

"Respondo que ela abandonou o hábito e decidiu parar de beber", brinca Dolan.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Videogame em lugar do bafômetro

A polícia italiana está usando um videogame para verificar se motoristas estão drogados e alcoolizados.
O aparelho está sendo testado em algumas cidades italianas e chega para substituir o velho bafômetro usado em blitze normais no país.


O videogame DeeDee, desenvolvido por cientistas italianos, é composto de um joystick e de uma tela de computador.

As imagens criadas por um programa especial simulam situações de trânsito. A alavanca única reúne os controles de aceleração e frenagem de um carro virtual pilotado pelo motorista.

O DeeDee é o resultado de 15 anos de pesquisa neurológica e cibernética da equipe do engenheiro Alberto Rovetta, professor do laboratório de robótica do departamento de engenharia mecânica do Politécnico de Milão.

O método é bem mais prático e barato do que os bafômetros - além de ser menos agressivo psicologicamente - e poderá, após ser comercializado, ser disponibilizado em bares, restaurantes e para uso privado.

85% de acerto

A operação completa para identificar um motorista alcoolizado ou drogado dura cerca de um minuto. Um carro vermelho, uma rua cinza, um muro e um sinal de trânsito aparecem na tela.

O motorista, em pé no acostamento da estrada ou na calçada, deve seguir as instruções do semáforo virtual, movimentar o carro e pará-lo antes de bater na parede. Parece fácil, mas para quem bebeu além da conta ou se drogou a manobra elementar se torna quase uma missão impossível.

"O aparelho é capaz de medir a reação nervosa da pessoa. O nível desta reação recomenda ou não um exame clínico para constatar as causas. O índice de acerto é em torno de 85% se comparado com o método tradicional, mas queremos chegar aos 90%. Mais do que isso, eu acho que é difícil, pois é impossível adivinhar a natureza humana", diz o professor Alberto Rovetta à BBC Brasil.

O tempo de reação, a velocidade dos dedos, a destreza dos movimentos e o tremor das pontas dos dedos são analisados por quatro nano-sensores localizados dentro do joystick.

Eles foram criados para decifrar o mecanismo de resposta do cérebro ao impulso do videogame e levam 5 milésimos de segundo para capturar os dados. O programa do computador recebe as informações neurológicas, faz os cálculos e apresenta o diagnóstico.

O resultado do teste de direção aparece na hora. O sinal verde indica a ausência de álcool ou drogas no organismo. A cor amarela revela a ingestão de drogas e de álcool. Já a luz vermelha acusa uma quantidade de álcool no sangue superior ao máximo previsto pela lei.

O professor Alberto Rovetta conta que em alguns testes foram detectados distúrbios psíquicos profundos.

"Era um motorista que não tinha bebido e nem estava drogado, mas tinha problemas mentais. Ele sofria de esquizofrenia", contou o pesquisador.

O projeto nasceu em 1993, sob a batuta do prêmio Nobel de Medicina, John Carew Eccles (1903-1997), especialista no estudo da fisiologia dos neurônios. Em 2000, a pesquisa ganhou financiamento da União Européia. O primeiro protótipo nasceria seis anos depois, mas o programa de computador, capaz de produzir informações mais precisas, ficou pronto apenas agora.

O Politécnico de Milão tem um acordo com polícia italiana para implantar o projeto. O videogame tem surpreendido os motoristas que deixam as discotecas de cidades como Milão, Turim, Aosta e Novara. As cidades Alessandria. Cagliari, Arezzo, Foggia e Verona estão na fila.

Nesta fase inicial de testes, ele está sendo certificado e comparado ao método tradicional.

Álcool no trânsito

Os acidentes de trânsito causados por motoristas bêbados causam grande preocupação na Itália.

Em uma amostragem com 126 mil motoristas nos primeiros seis meses deste ano, 12.756 testaram positivo para álcool.

No mesmo período, foram registrados 764 mortes, dos quais 296 tinham menos de 30 anos de idade. No ano passado, 40 mil carteiras de motorista foram suspensas.

A partir da semana passada todos os bares e restaurantes que vendem bebidas alcoólicas deverão exibir na porta uma tabela que explica a relação entre um copo de vinho ou de cerveja e a taxa de álcool no sangue.

A planilha leva em consideração as variáveis como o peso da pessoa, o sexo e a quantidade de comida ingerida.

Pela lei italiana, uma pessoa pode dirigir com até 0,50 gramas de etanol por litro de sangue. Este limite é superado por um homem de setenta quilos que toma uma cerveja sem ter se alimentado antes.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Simpósio sobre Indicações Geográficas

Um importante Simpósio Internacional sobre Indicações Geográficas acontece nos dias 8 e 9 de outubro, no auditório da FIERGS, em Porto Alegre (RS). Entre os temas a serem apresentados estão: "O desenvolvimento das Indicações Geográficas nos Mercados e Instituições"; "Proteção às Indicações Geográficas"; "Indicações Geográficas como Instrumento de Competitividade Estratégica" e "Inserção das Indicações Geográficas no Comércio Internacional". O Simpósio é promovido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Rua da Cachaça

Um leitor me corrige. A "Rua da Cachaça", de São João del Rei, dos tempos do Império, ainda continua lá. Recebeu uma placa da Secretaria Municipal de Turismo e convive agora com o nome dado pela Câmara de Vereadores:Rua Marechal Bittencourt.

Segunda Dose

O esperado setembro de 2008 chegou e está aberta a temporada para identificação das “50 cachaças mineiras do coração dos consumidores”.
Conforme estabelecido em setembro de 2007, quando da primeira enquête do Clube Mineiro da Cachaça, a partir de agora você já pode escolher.
Cerca de 4.700 apreciadores de cachaça em todo o Brasil estão sendo consultados diretamente por e-mail. Mas o leitor do BLOG também pode votar.
Atenção: vale apenas 01 (uma) resposta. Vote com a visão, o paladar e o olfato, sem esquecer o coração.
Qual é para você a melhor cachaça de Minas?
Registre seu voto através do e-mail: cmc@clubemineirodacachaca.com.br
O resultado será anunciado no final de outubro de 2008.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Embrapa cria agência de cana-de-açúcar

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa - lança, durante a IV Exposição de Tecnologia Agropecuária, a Agência de Informação Embrapa Cana-de-açúcar (www.agencia.cnptia.embrapa.br). O evento ocorre de 20 a 28 de setembro, na sede da Embrapa, em Brasília, e busca mostrar à sociedade, de forma dinâmica, o que a Embrapa e instituições de pesquisa têm feito para tornar mais saudável a vida no campo e na cidade.

A Agência de Informação da Cana-de-açúcar apresenta as principais informações da cadeia produtiva da cana, como aspectos socioeconômicos e ambientais, planejamento, manejo, colheita, processamento e gestão industrial.

Organizada na forma de árvore do conhecimento,reúne na internet um amplo conjunto de informações relevantes, atualizadas e em linguagem adequada.

Estão disponíveis orientações sobre os processos de pré-produção, que incluem: insumos, cultivares, solo, clima, mercado, impactos ambientais; produção: semeadura, manejo, plantio, irrigação, colheita; e pós-produção, como processamento, transporte, consumo, comercialização etc. Existem mais de 150 documentos eletrônicos associados ao tema, gerados por instituições de pesquisa.

O conteúdo da agência busca atender, especialmente, os produtores rurais, profissionais de assistência técnica e extensionistas.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Armadilha do marketing

Bar na Austrália é proibido de trocar calcinha por bebidas

A BBC de Londres dá conta de uma promoção em um hotel na Austrália, que ofereceria bebidas grátis para mulheres que mostrassem a roupa de baixo, e que foi proibida pelas autoridades que regulam o consumo de bebida alcoólica na região de Melbourne.

O The Saint Hotel, em Melbourne, divulgou que mulheres que pendurassem suas calcinhas acima do bar do hotel receberiam 50 dólares australianos (cerca de R$ 73) em vales que poderiam ser trocados por bebidas.

As mulheres que mostrassem a roupa de baixo para funcionários do bar do hotel também ganhariam bebidas de graça.

Sue Maclellan, diretora da autoridade que regula o licenciamento para venda de bebidas alcoólicas no Estado de Victoria, ordenou que a promoção, que seria realizada no próximo fim de semana, seja cancelada, segundo o jornal Herald Sun.

A promoção foi acusada de ser ofensiva, irresponsável e machista.

Britney Spears

A propaganda da promoção mostrava uma foto da cantora americana Britney Spears parcialmente exposta ao sair de um carro.

Carolyn Worth, porta-voz do Centro Contra Ataques Sexuais de Melbourne, disse ao Herald Sun que o hotel "está realmente ultrapassando os limites".

"Um vale-bebida de 50 dólares australianos significa muita bebida", afirmou. "São cinco coquetéis."

A prefeita da cidade, Janet Cribbes, por sua vez, afirmou que a promoção para o evento do bar "beira a pornografia".

Os gerentes do hotel não estavam disponíveis para comentar a polêmica causada pela promoção e por sua proibição.

O bar do The Saint Hotel já causou polêmica em junho ao contratar um anão para despejar bebidas grátis na garganta dos clientes.

Uma coisa é certa: o bar do The Saint Hotel conseguiu ser internacionalmente conhecido.

Nove tipos de bêbados

Abuso de álcool é problema de saúde pública na Grã-Bretanha

O governo britânico está lançando uma nova campanha contra o alcoolismo dirigida a nove 'tipos' mais comuns de usuários que abusam do álcool.
A campanha será feita a partir de uma pesquisa do Departamento de Saúde da Inglaterra, que indicou as nove categorias mais comuns de bebedores. Elas incluem os que o fazem para aliviar estresse e pessoas deprimidas que bebem por tédio ou para se relacionar.
Para o governo, identificar as razões que levam usuários a abusar do álcool será "muito útil" para combater o alcoolismo.
O estudo se debruçou sobre homens que bebem mais de 50 unidades semanais de álcool e mulheres que bebem pelo menos 35 unidades semanais – duas vezes acima do limite recomendado.
Uma unidade de álcool equivale a um copo de cerveja ou vinho ou, alternativamente, meia dose de bebida destilada.

Veja abaixo os nove tipos de bebedores identificados pela campanha.




Tipo: O deprimido
Característica: Está com a vida em um estado de crise - atravessando um período de dificuldade financeira, luto ou divórcio recente, por exemplo.
Motivações: Vê o álcool como uma forma de se reconfortar ou como uma automedicação para ajudar a lidar com as turbulências.

Tipo: O estressado
Característica: Leva uma vida sob pressão no trabalho, o que normalmente leva ao sentimento de não ter as coisas sob controle ou de estar sobrecarregado de responsabilidades.
Motivações: O álcool é uma forma de relaxar e de retomar a sensação de controle, ao traçar uma linha entre vida pessoal e profissional. Os parceiros normalmente reforçam este comportamento, ao preparar drinques para os bebedores.

Tipo: O 'social'
Característica: Têm uma agenda social carregada.
Motivações: O álcool é um meio de ligação que unifica a todos e os coloca em uma mesma sintonia.

Tipo: O conformista
Característica: Tipicamente, rapazes tradicionalistas que crêem que 'homens vão ao bar todas as noites'.
Motivações: O álcool faz parte do que definem como 'meu momento'. O bar é sua segunda casa, e eles se sentem aceitos e em casa neste ambiente.

Tipo: O bebedor comunitário
Característica: Bebe em grandes grupos sociais.
Motivações: Levado ao álcool pelo senso de comunidade criado pelo ambiente do bar. A bebida dá segurança e significado à vida, e age como meio social.

Tipo: O entediado
Característica: Tipicamente, mães solteiras ou mulheres recém-divorciadas, com vida social restrita.
Motivações: A bebida é uma companhia que substitui o casal. Beber marca o final do dia, talvez encerrando um jornada de obrigações.

Tipo: O machão
Característica: Normalmente se sente subvalorizado, sem voz e frustrado em áreas importantes da vida.
Motivações: Seu lado bebedor é um alter-ego que gira em torno da sua capacidade de beber. A bebida é motivada pela necessidade constante de reafirmar sua masculinidade e seu status em relação a outras pessoas.

Tipo: O hedonista

Característica: Solteiros, divorciados ou com filhos crescidos.
Motivações: Beber em excesso é uma forma de expressar sua independência, liberdade e juventude para si mesmo. O álcool é usado para diminuir inibições.

Tipo: O quase dependente

Característica: Homens que moram 'de fato' no bar – que, para eles, é quase o mesmo que a casa.
Motivações: Uma combinação de motivos, incluindo tédio, necessidade de se conformar e um senso de mal-estar existencial em suas vidas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Pernambuco também quer cachaça como patrimônio

A Assembléia Legislativa de Pernambuco debate a aprovação do Projeto de Lei nº 575/08 que propõe que a cachaça seja considerada Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado. O projeto de Lei é de autoria do deputado Clodoaldo Magalhães (PTB).
De acordo com o presidente da Comissão de Administração da AL de Pernambuco, deputado Maviael Cavalcanti (DEM), a proposição é muito importante. "Tudo que diz respeito à cultura chama a atenção dos turistas e, assim, fortalece Pernambuco culturalmente e economicamente", diz.
Embora os primeiros registros da cachaça estejam em São Paulo, por volta do ano 1535, é sabido que a cachaça foi produzida inicialmente no nordeste, particularmente nos estados da Bahia e Pernambuco. Minas Gerais, que detém hoje cerca de 50% da produção da cachaça de alambique produzida no País e foi o estado responsável, a partir dos anos 1980, pela valorização da cachaça como bebida nacional, já tem Lei que assegura a bebida como Patrimônio Cultural.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Bagaço e energia

O jornal O Estado de São Paulo publica interessante matéria sobre o aproveitamento do bagaço da cana. Confira.

Bagaço de cana, "resíduo" cada vez mais lucrativo


03/09/08 - Geração de bioeletricidade, venda de créditos de carbono, alimentação animal e insumo para adubação orgânica. Esses são os atuais usos de um subproduto da indústria de açúcar e álcool que, até o início da década de 90, era considerado um problema e muitas vezes dado de graça pelas usinas: o bagaço de cana.

Hoje, cada vez menos vendido ou cedido a terceiros pela agroindústria canavieira, o bagaço virou o insumo principal para garantir a auto-suficiência energética das usinas.

Nesta safra, não fosse a utilização do bagaço principalmente para geração de energia, pelo menos 140 milhões de toneladas do resíduo - de uma safra prevista pela Conab em 570 milhões de toneladas - estariam abarrotando os pátios das usinas, já que, de cada tonelada de cana sobram 250 quilos de bagaço, conforme o especialista em bioeletricidade Onório Kitayama, da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que representa 117 usinas produtoras de açúcar, álcool e bioenergia.

ÁLCOOL CELULÓSICO

E o futuro guarda um uso ainda mais nobre para o antes resíduo e agora “co-produto”: a produção do álcool de segunda geração, feito a partir da hidrólise do bagaço. “O mundo inteiro está pesquisando isso”, diz o engenheiro agronômo especialista em usinas de álcool Rodrigo de Campos. No Brasil, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e a Dedini trabalham com tais pesquisas. O que vai definir, porém, no futuro, se o bagaço será destinado à queima para gerar bioeletricidade ou à produção de etanol celulósico será o mercado. “A tendência será privilegiar o mais lucrativo”, diz Campos.

PELLETS

Ainda na questão energética, o bagaço tem sido pesquisado também para ser transformado em pellets, exportados para a Europa para geração de energia. “O bagaço é prensado em bloquinhos, mais fáceis de serem transportados”, explica Campos. “Atualmente algumas usinas vendem o bagaço solto para a indústria de suco de laranja, por exemplo. Com pellets, poderiam lucrar mais, pois o bagaço fica concentrado e com maior capacidade de geração de energia.”

Não só o bagaço está na mira da pesquisa para produção do álcool celulósico, mas também a palha, deixada no campo em grandes quantidades após a colheita de cana. Assim, parte da palha continuaria na lavoura, protegendo o solo, preservando a umidade e virando adubo orgânico. Parte seria transformada em álcool ou até poderia ser queimada nas caldeiras, num cenário em que o bagaço fosse destinado à produção de álcool.

Segundo Kitayama, da Unica, caso a palha seja destinada cada vez mais à geração de bioenergia, juntamente com o bagaço, entre 2020 e 2021 o potencial energético do setor passaria para 28.760 megawatts/hora, “o equivalente a duas Itaipus”, compara Kitayama, que finaliza: “A cana não deveria mais ser chamada ‘de açúcar’, pois ela produz álcool e energia. Deveria ser rebatizada de cana bioenergética.”

140 milhões de toneladas
é a quantidade de bagaço de cana que deverá ser produzida nesta safra

8.020 megawatts
será a capacidade de geração de energia das usinas até
2011, segundo a Única

28.760 megawatts
é o potencial de geração de energia pelas usinas até 2021, o equivalente a duas Itaipus

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Cachaça em São João del Rei

A histórica cidade de São João del Rei, que já teve nos idos do império uma “Rua da Cachaça”, realiza nos dias 11, 12, 13 e 14 de setembro a 2ª edição de sua Festa da Cachaça. O público poderá eleger a Rainha da Cachaça 2008, participar de palestras e apreciar as mais variadas marcas de cachaça, que estarão expostas em um espaço exclusivo, a “Praça da Cachaça”. Neste local, além dos stands dos expositores de cachaça e de outras delícias mineiras, palco para apresentação musical de grupos regionais. Mais informações no site: www.festadacachacamg.com.br

7th Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages (BMCFB)

De 3 a 7 de dezembro de 2008, como acontece a cada dois anos, São Paulo irá sediar 7º Encontro Brasileiro sobre Química de Alimentos e Bebidas (BMCFB). Desta vez, o encontro será realizado na Escola de Engenharia de Lorena/USP.
O BMCFB, é um evento de nível internacional que tem como objetivo promover o desenvolvimento da Química de Alimentos e Bebidas e sua interação interdisciplinar com as áreas de Biotecnologia e de Processos. Foi criado por um grupo de pesquisadores vinculados ao IQSC/USP, FCF/UNESP e FAENQUIL (atualmente EEL/USP) e, neste ano de 2008, comemora 10 anos de sua criação.
Entre os temas a serem tratados no evento estão: bebidas fermentadas e destiladas; alimentos funcionais; controle de qualidade e análise sensorial. Entre os mini-cursos, o processo produtivo da cachaça, a cargo dos Profs. João Bosco Faria - UNESP - Botucatu e Walter Carvalho - EEL/USP – Lorena.
A organização do BMCFB está a cargo de um comitê composto por:
Presidente: Prof. Dr. João Batista de Almeida e Silva (EEL-USP)
Vice-Presidente: Prof. Dr. Douglas Wagner Franco (IQSC-USP)
Prof. Dr. João Bosco Faria (FCFAR-UNESP)
Prof. Dr. Mauricio Boscolo (IBILCE_UNESP)
Profª. Drª. Rosane Freitas Schwan (UFLA)
Profª. Drª. Alicia de Francisco (UFSC)
Profª. Drª. Helena Maria André Bolini (FEA-UNICAMP).
Mais informações podem ser obtidas no site www.eel.usp.br/BMCFB

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A beleza e o álcool

Matéria recente publicada pela BBC mostra estudos de pesquisadores ingleses sobre o efeito do álcool na percepção da beleza.

Álcool deixa as pessoas mais bonitas

Depois de uns copos de cerveja, as pessoas realmente começam a achar os outros mais bonitos, segundo um estudo feito por cientistas da Universidade de Bristol, na Grã-Bretanha, e publicado na revista New Scientist.

A equipe liderada por Marcus Munafò, do Departamento de Psicologia Experimental, conduziu uma experiência com 84 alunos heterossexuais, pedindo que eles consumissem uma bebida não-alcoólica com sabor de limão ou uma bebida alcoólica com um sabor semelhante.

A quantidade de álcool variava de acordo com o indivíduo, mas foi calculada para ter o efeito que um copo de 250 ml de vinho teria em uma pessoa de 70 kg - ou seja, o suficiente para deixar parte dos alunos levemente embriagados.

Quinze minutos depois, os pesquisadores mostraram fotografias aos participantes de pessoas da sua idade, de ambos os sexos.

Tanto os homens como as mulheres que haviam consumido álcool avaliaram as pessoas retratadas como mais atraentes do que os participantes do grupo de controle (que tinham tomado a bebida sem álcool).

A New Scientist destaca como surpreendente o fato de que os resultados não se aplicaram apenas ao sexo oposto, ou seja, homens que haviam tomado álcool também consideraram os homens nas fotografias mais atraentes, assim como as voluntárias, em relação às mulheres fotografadas.

Esse último dado vai além dos resultados de um estudo anterior feito pela Universidade de Glasgow, na Escócia, no qual o efeito do álcool na percepção da beleza só havia sido verificado entre homens olhando para fotografias de mulheres e vice-versa.

Segundo a revista, Munafò pretende estudar como o efeito varia de acordo com a quantidade de álcool ingerida, embora, por questões éticas, não possa estudar o efeito de doses que fazem com que as pessoas não consigam mais focar nos rostos.

Um outro estudo citado pela revista, realizado na Universidade de Yale, indica que as pessoas também tendem a assumir comportamentos sexuais mais arriscados depois de beber, o que poderia ser explicado pelo fato de o álcool baixar as inibições das pessoas "por meio de um efeito direto no cérebro ou ao oferecer uma desculpa conveniente para esse tipo de comportamento".

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Análise Sensorial 2

Para os produtores de cachaça de alambique, a análise sensorial em bases científicas irá possibilitar, entre outras coisas, a constatação do aprimoramento constante de seu produto. Para os consumidores, apreciadores da cachaça de qualidade, a criação de um Sistema Brasileiro de Análise Sensorial nos moldes apontados pela FENACA deverá preencher uma lacuna no que diz respeito ao universo de opções da bebida nacional. Também os diversos concursos de marcas, realizados em festivais de cachaça pelo Brasil afora, poderão se beneficiar do Sistema, assim como própria imprensa brasileira, através de suas diversas publicações interessadas no tema “cachaça”, que poderá, a partir daí, dar respaldo científico aos concursos que realiza.

Análise Sensorial 1

A Análise Sensorial para a cachaça de alambique é antiga reivindicação dos produtores de cachaça. A primeira experiência bem sucedida nessa área, circunscrita a Minas Gerais, foi iniciativa da AMPAQ (Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade), nos anos 90, e que teve como parceiros em sua implantação a EMBRAPA e o CETEC (Centro Tecnológico de Minas Gerais). Agora, com a produção da cachaça de alambique consolidada em todo o país e em vista da necessidade de diferenciação deste produto dos similares existentes no mercado, a Analise Sensorial da Cachaça está de novo na ordem do dia. Por iniciativa da Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA), com o apoio da AMPAQ e de outras instituições públicas e privadas, está em fase de formatação o Sistema Brasileiro de Análise Sensorial (SBAS – Cachaça de Alambique). O Sistema está sendo formatado tendo por base o conhecimento acumulado em diversas instituições nacionais e experiências bem sucedidas de outros destilados, em outros países. Outras informações podem ser obtidas através do endereço: fenaca@fenaca.org.br

quinta-feira, 10 de julho de 2008

A rainha e a cachaça

A propósito dos 200 anos do desembarque da família real no Brasil, em 1808, a revista Gula do mês de junho publica um conjunto de matérias sobre a época, as preferências gastronômicas na corte e as contribuições da culinária portuguesa na formação da culinária brasileira. Chama a atenção a matéria sobre dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João. A princesa e depois rainha de Portugal, Brasil e Algarves, deixou sua marca no Brasil e mostrou que não era de todo louca, como diziam: adorava o palmito e a cachaça. Precisa mais?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Lei seca na Europa

A BBC de Londres informa que uma grande operação realizada em 18 países europeus no mês de junho mostrou que os suíços, os britânicos e os moldávios estão entre os que mais misturam bebida e direção no continente europeu.

A ação também mostrou que, na média, 1,7% dos europeus bebe acima do limite permitido antes de dirigir.

O país que apresentou o maior índice de pessoas infringindo a lei foi a Moldávia, onde 19% dos motoristas estavam acima do limite permitido. A Suíça ficou em segundo lugar, com 6,65%, e a Grã-Bretanha em terceiro, com 6%.

No extremo oposto, os países escandinavos apresentaram o menor índice de infração. Na média, levando em consideração Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia, menos de 1% dos motoristas foram pegos dirigindo após ter bebido acima do nível permitido.

A operação nas estradas e cidades européias foi realizada pelo grupo Tispol, uma rede de policiais de trânsito co-financiada pela Comissão Européia. Ao longo de uma semana, eles checaram o limite alcoólico de 859.516 motoristas. Desses, 14.645 estavam acima do limite permitido em cada país.

A Grã-Bretanha – juntamente com Irlanda, Luxemburgo e Malta – tem o limite de teor alcoólico permitido para motoristas mais alto da Europa - 0,8g (8 decigramas de álcool por litro de sangue).

Em alguns países europeus – como Croácia, República Checa, Hungria, Eslováquia e Romênia – o limite é de 0g. Alguns países têm um limite de 0,2g, mas a maioria tem limite de 0,5g. A Comissão Européia recomenda um limite de no máximo 0,5g, com o objetivo de reduzir para 0,2g.

A nova Lei Seca que entrou em vigor no Brasil no mês passado proíbe o consumo de praticamente qualquer quantidade de bebida alcoólica por motoristas. Quem for flagrado excedendo o limite de 0,2g de álcool por litro de sangue está sujeito a multa e suspensão da carteira de habilitação.

Na Grã-Bretanha, quem é flagrado com um teor alcoólico acima do limite pode pegar até seis meses de prisão, ter a carteira de motorista suspensa por 12 meses e está sujeito a uma multa de até 5 mil libras esterlinas (quase R$ 16 mil).

O limite em vigor na Noruega e na Suécia é de apenas 0,2g. Na Dinamarca e na Finlândia, é de 0,5g.

Na Escandinávia, dependendo da concentração de álcool encontrada no sangue do motorista, quem comete uma infração pela primeira vez tem a carteira de motorista suspensa, paga uma multa calculada de acordo com a renda mensal e tem de arcar com os custos de cursos de trânsito. Os reincidentes podem receber penas de prisão.

A operação européia foi realizada na Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Lituânia, Moldávia, Noruega, Romênia, Suécia e Suíça.

Destilando Música

Com o objetivo de aproveitar somente o “coração” da boa música brasileira, com ingredientes como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Bonfiglio de Oliveira, Jacob do Bandolim, Moreira da Silva, Garoto e outros, Thiago Pires (Violão,Trompete, Cavaco), Luiz Potter(Violão, Bandolim, Cavaco) e Jefersom Brasil(Percussão, Flauta e Violão) convidam para uma “"alambicada musical", no dia onze de julho, sexta-feira, no “Café do Bom - Cachaça da Boa”. Rua da Carioca número 10, Rio de Janeiro. A partir das 18:30 h, sem courvert e sem ressaca!

Lei do cooperativismo pode mudar

O governo federal encaminhou no último dia 4 ao Congresso Nacional dois projetos de lei sobre aspectos tributários relacionados ao setor cooperativista e sugestões para o aperfeiçoamento da Lei Geral das Sociedades Cooperativas.
O primeiro projeto trata-se de lei complementar, que visa a estabelecer o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, garantindo que a tributação não incidirá duplamente nas operações realizadas pelas cooperativas e que não haverá aumento de impostos. A dupla incidência dos tributos ocorre, atualmente, porque tanto o cooperado quanto a cooperativa pagam pela produção.
O segundo deles é um projeto de lei ordinária que regula a base de incidência de cada tributo federal para os principais ramos do cooperativismo e a alíquota aplicável para os tributos federais para cada tipo de ato cooperativo, por ramo ou agrupamento. As cooperativas sociais seriam isentas de tributação e mantém-se inalterada a carga tributária média para o setor.
De acordo com o Governo, a sugestão de mudanças para a lei das sociedades cooperativas apresenta subsídios para os projetos de lei ordinária que tramitam no Senado há vários anos, propondo uma nova legislação para o cooperativismo, tendo em vista que a Lei 5.764/71 está defasada e conflita com a Constituição Federal. Entre as principais propostas de mudanças está a redução do número mínimo de 20 para 7 sócios para se constituir cooperativas.
Trata-se de uma boa hora para o Congresso Nacional (que possui representantes ligados ao cooperativismo)corrigir uma notória falha na legislação, no que se refere à produção de cachaça. O ministério da Agricultura (MAPA) permite a formação de cooperativas de produtores de cachaça (já são cerca de 20 em todo o país, tentando funcionar) e o Ministério da Fazenda proíbe, alegando que, por se tratar de produção industrial, cada produtor deve se registrar separadamente. Isto, na prática, inviabiliza o funcionamento das cooperativas de cachaça.
De acordo com dados da OCB, 7,5 mil cooperativas são vinculadas à organização, envolvendo 25 milhões de brasileiros. Essas 7,5 mil entidades, entretanto, representariam apenas cerca de um terço do total, pois o Ministério do Trabalho e Emprego contabiliza a existência de 22 mil cooperativas inscritas em juntas comerciais de todo o Brasil. As cooperativas se dividem em 13 ramos de atividade: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infra-estrutura, mineral, produção, turismo e lazer, saúde, trabalho e transporte. A região Sudeste é a que apresenta o maior número de cooperativas e São Paulo é o estado que mais arrecada com as atividades do setor.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Cachaças na praça

“Branquinha”, “Dedo de Prosa”, “Pé do Morro”, “Mineira Serena”, “Canônica”, “Chico Alvim”, são algumas – entre tantas outras - novas marcas de cachaça que já estão circulando em Minas Gerais. Todas com elevada qualidade e esmero na apresentação. Minas continua líder na produção da cachaça de qualidade no país, tanto no número de alambiques quanto no número de marcas em circulação.

Política pública para a cachaça em Minas

A Câmara Técnica da Cadeia Produtiva da Cachaça de Alambique de Minas Gerais, que reúne o setor produtivo – através de associações – universidades, órgãos de fomento, além de secretarias de estado, como Fazenda e Ciência e Tecnologia, decidiu recentemente que a “espinha dorsal” das ações do governo na área deve estar no tratamento adequado da informalidade. O governo deve dar início a um processo de convencimento de que os produtores de cachaça no estado (cerca de 90% na informalidade), podem se legalizar com incentivos governamentais que prevêem, entre outras ações, o estímulo à produção cooperativada.
Criada por iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura que tem no Secretário Gilman Viana um histórico defensor da cachaça de Minas, a Câmara objetiva a construção participativa de uma política pública para a cachaça no estado.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Festival da Cachaça em Salinas

De 10 a 13 de julho acontece a 7ª edição do Festival Mundial da Cachaça de Salinas, MG. Desta vez a quinta-feira, dia 10, foi reservada para um ciclo de palestras sobre a cana-de-açúcar, a profissionalização das empresas de cachaça e valorização de marcas, entre outros assuntos. O evento atrai, anualmente, cerca de 30 mil pessoas, que se deliciam com as boas marcas da região e de outras localidades.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

"Dia da Cachaça"

A acolhedora cidade mineira Sul-mineira de São Lourenço inicia hoje, dia 20/06, seu Festival da Cachaça. A exemplo de muitas outras, promove três dias de festividades, com shows, barracas, tira-gostos regionais, mostras de artesanato local. Qualquer dia, toda cidade, do Oiapoque ao Chuí, terá o seu "dia da cachaça". Aí poderemos constatar, com orgulho, que a cachaça foi realmente assumida pelos brasileiros como a sua bebida nacional.

Senado quer mais imposto na bebida e no cigarro

O presidente do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN)defende a ampliação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) para as bebidas, cigarros e carros de luxo. Para o senador, trata-se de uma alternativa para evitar a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), que incidiria sobre a movimentação financeira. A CSS deverá ser votada no próximo mês.
Já de muito tempo os pequenos produtores de cachaça, que produzem em alambique e em pequena escala, se pronunciam sobre o assunto dos impostos incidentes sobre as bebidas alcoólicas. Não são contra iniciativas como a do ilustre senador Garibaldi Alves. Querem uma política justa para bebidas alcoólicas. Afirmam que entendem a necessidade de se pagar impostos e compreendem, perfeitamente, que, por se tratar de uma "droga legal", a tributação sobre o produto deve atender ao princípio nº 1 da Saúde, que é a redução do consumo global. O que não conseguem entender é o por que o Governo taxa de forma desigual os produtores de cachaça. Não é o caso de se seguir a maioria dos países do mundo e taxar as bebidas alcoólicas pelo teor alcoólico, ou seja, pela quantidade de álcool que os produtores colocam no mercado?
Cerca de 65% dos produtores de cachaça de alambique se enquadram nos critérios da agricultura familiar e estão localizados no semi-árido brasileiro e têm na produção de cachaça a principal fonte de subsistência. Por que o Ministério da Sáude não se pronuncia sobre o assunto?

terça-feira, 17 de junho de 2008

Congresso à vista

Salvador, Bahia, deverá sediar em março de 2009 o II CONBRAC - II Congresso Brasileiro da Cachaça. O evento, que está previsto para ocorrer no Pavilhão de Exposições de Salvador, deverá reunir produtores, cientistas, técnicos, professores, extensionistas e estudantes de todo o Brasil para debater as principais questões que envolvem o “mundo da cachaça”. Além dos principais nomes da pesquisa científica no Brasil, o II CONBRAC anuncia a provável presença de renomados representantes dos principais destilados do mundo, como o uísque, a tequila, o rum e a vodca. A expectativa é de que o II CONBRAC repita o sucesso do I, realizado em julho de 2007, em Belo Horizonte, que reuniu cerca de 500 participantes e contou com a presença de 50 técnicos e cientistas do Brasil e do exterior.

Avanço tecnológico

Usinas de açúcar e álcool e algumas indústrias poderão contar com um modelo mais eficiente e revolucionário de sacarímetro. O equipamento, utilizado para medir o teor de sacarose (açúcar) do caldo de cana, foi desenvolvido por pesquisadores da Tech Chrom, empresa gerada a partir da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp).
O sacarímetro tradicional contém em seu interior peças móveis, como o motor elétrico. No novo modelo, ao contrário, não existem peças que se movimentam internamente. Em vez de lâmpada de filamento, com luz comum, o sacarímetro recém-criado usa laser infravermelho para analisar as amostras de caldo de cana. Outra diferença: o sacarímetro convencional tem um metro de comprimento e pesa 40 quilos. O novo modelo tem 40 centímetros de comprimento e pesa oito quilos.
Nos sacarímetros convencionais, o feixe óptico, como opera com luz comum, não consegue penetrar as amostras de caldo de cana (normalmente escuras) para analisar o teor de sacarose. Por isso, essas amostras, antes de serem analisadas, precisam de clarificação química (processo de remoção da cor e turbidez). Isso, tradicionalmente, era feito com sal de chumbo -- substância tóxica para quem realiza a análise e poluente do solo e lençol freático, hoje proibida por lei. Por outro lado, produtos alternativos, à base de alumínio, são caros e nem sempre apresentam a mesma eficiência.
No sacarímetro da Tech Chrom, a amostra de caldo de cana é atravessada por um feixe de luz laser infravermelho, que torna o caldo é mais transparente, mesmo que pareça mais escuro ao olho humano, que não é sensível ao infravermelho.
A Tech Chrom desenvolveu o projeto do equipamento com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e estímulo inicial de um distribuidor para o setor, além de empregar recursos próprios. O componente óptico, a eletrônica digital, o software e a mecânica (sem partes móveis) foram integralmente desenvolvidos por pesquisadores da empresa. Os componentes para produção seriada são adquiridos no mercado nacional e internacional, e o produto é montado na Tech Chrom.
O equipamento passa, no momento, por testes de aplicação e deverá estar disponível no mercado ainda nesta safra de cana-de-açúcar.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

OAB tenta anular patente da marca "rapadura"

Apesar de genuinamente brasileira e produzida desde os tempos do Brasil Império, os produtores brasileiros de rapadura precisam pagar royaltes a empresa alemã que patentiou marca "rapadura" para poderem usar o nome do doce.
Por conta disso, a OAB (Ordem dos Advogados do Basil) tenta desde 2006 a anulação do registro. Como não houve uma saída diplomática até o momento, será iniciado um caminho judicial. "Não podemos permitir que uma empresa da Alemanha cobre royalties ao Brasil pelo uso do nome rapadura", afirma o advogado Ricardo Barcelar, da OAB-CE.
Como argumento para anulação de patente, serão utilizados argumentos favoráveis as famílias pobres do nordeste que produzem de forma artesanal o doce e tratados internacionais que versam sobre o assunto.
Como se vê, também com a cachaça todo o cuidado é pouco.
(Fonte: Agência Estado)

Aquecimento favorece cultivo da cana no sul

Um estudo que está sendo realizado pela Embrapa e pela Unicamp e que deve ser concluído entre agosto e setembro deste ano, detalha dados sobre a produção de cana-deaçúcar no Brasil. Ainda não existe resposta total sobre o impacto do aquecimento global na agricultura brasileira, mas já é possível afirmar que nem todas as culturas serão prejudicadas.
O projeto conta com 60 doutores e eles estimam que até 2050 a temperatura vai aumentar em 3ºC.
Outro aspecto do estudo é que a cana-de-açúcar será beneficiada. Com o aumento da temperatura o estado de São Paulo vai produzir ainda mais. A ocorrência de geadas também vai ser menor no Sul, o que vai possibilitar o incremento da cultura da cana em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

França valoriza o vinho, Brasil trata mal a cachaça.

O governo francês acaba de apresentar um plano qüinqüenal para a modernização da indústria do vinho, através do qual espera melhorar a competitividade do país no setor, principalmente diante dos produtores do Novo Mundo. Os vinhos franceses agora terão três categorias: a primeira é a nova Vignobles de France (Vinhos da França) em lugar dos Vin de Tables (vinhos de mesa). Nos rótulos, a casta e a safra.
Os produtores poderão utilizar as variadas técnicas adotadas no Novo Mundo: usar lascas de carvalho (mais barato que o barril), adição de taninos e ácido sórbico (um conservante alimentar) a adoçantes (através de um suco concentrado do mosto). Vinhos baratos, mesmo em euros, para que possam agradar aos norte-americanos, em particular.
As outras duas novas categorias são a IGP (Indication Géographique Protégée, Indicação Geográfica Protegida), substituindo os Vin de Pays (vinhos regionais). E a AOP (Appellation d'Origine Protégée), correspondente a atual AOC (Appellation d'Origine Contrôlée). Querem, com isso, em preservar a tradição e, ao mesmo tempo, levar o setor produzir mais e mais competitivamente.
Enquanto isso o governo brasileiro pouco se movimenta no sentido de buscar uma política pública para as bebidas alcoólicas - para o prejuízo dos consumidores e dos pequenos produtores de cachaça de alambique. O pequeno produtor de cachaça continua pagando até 16 vezes mais imposto do que os grandes produtores, não existem números confiáveis sobre a produção e o consumo de bebidas no país, os investimentos em pesquisa estão engatinhando. A bebida nacional brasileira, a cachaça de alambique, com mais de 400 anos de existência, ainda não é reconhecida, de fato, como produto genuinamente brasileiro.

Consumo de álcool pode reduzir artrite

Pesquisa recente realizada por pesquisadores suecos sugere que tomar bebidas alcoólicas regularmente e de forma moderada, reduz em até 50% os riscos de artrite reumatóide.
A equipe, da Universidade de Karolinska, analisou 2.750 voluntários em dois estudos separados.
A artrite reumatóide é uma doença auto-imune caracterizada, principalmente, pela inflamação das articulações.
O coordenador do trabalho, Henrik Kallberg, salientou que uma das descobertas mais importantes foi a de que fumar contribui significativamente para as chances de desenvolver a artrite.
“No entanto, é importante saber que o consumo moderado de álcool não causa danos e, em alguns casos, pode ser benéfico”, disse o pesquisador.
Estudos anteriores já haviam apontado a ligação entre bebidas alcoólicas e redução de outros processos inflamatórios, como doenças cardiovasculares. A razão para isso, no entanto, ainda não é evidente.
Os pesquisadores salientaram que o consumo excessivo de álcool pode acarretar uma outra gama de problemas de saúde.
A pesquisa foi publicada na revista especializada Annals of the Rheumatic Diseases.

terça-feira, 3 de junho de 2008

FEICA 2008

De 12 a 14 de junho o mundo da cachaça de alambique se encontra no Rio de Janeiro, na II Feira Internacional da Cachaça (FEICA RIO). A FEICA acontece na Cidade do Samba, no coração da zona portuária, e terá, como um dos seus pontos altos, o ciclo de palestras, que começa no dia 12. Mais informações no site www.feica.com.br

Indicações Geográficas

Um dos assuntos amplamente discutidos hoje e motivo de reflexão no âmbito da Cachaça de Alambique, a Indicação Geográfica, passa a contar com mais uma importante fonte de informação. Trata-se do livro “Propriedade Industrial e a Proteção dos Nomes Geográficos - Indicações Geográficas, Indicações de Procedência e Denominações de Origem” do autor Marcos Fabrício Welge Gonçalves, (Ed. Juruá). Transcrevemos abaixo sinopse enviada pelo autor.
As indicações geográficas, como figura do Direito Industrial, servem como meio de estratégia mercadológica na inserção dos produtos no mercado competitivo. A importância das indicações de origem levaram países a se destacar no mercado mundial.
No entanto, para que as nossas indicações de origem cumpram com essa função, de agregar valor ao produto e favorecer a pauta nacional da balança comercial, é essencial reconhecer a qualidade de nossos produtos da mesma forma como são valorizados os produtos europeus.
Neste contexto, para se valer desse importante instrumento de desenvolvimento e para que as indicações de origem alcancem qualificação técnica e jurídica, é necessário que se crie uma legislação específica e adequada. A obra prefaciada pelo Dr. José de Oliveira Ascensão, vem preencher uma lacuna na doutrina brasileira.

CURRÍCULO DO AUTOR

Marcos Fabrício Welge Gonçalves é Mestre em Direito Intelectual pela Faculdade de Direito de Lisboa – Portugal; Especialista em Direito da Propriedade Intelectual pela FGV/RJ; Especialista em Direito da Integração Econômica da União Européia e Mercosul pela Escola de Magistratura Regional Federal da 2ª Região e pela Universidade de Coimbra – Portugal; e membro da Comissão de Estudos de Indicações Geográficas da ABPI.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Censo da Produção e do Consumo

A propósito da nota abaixo, em que falamos da necessidade de uma política pública para as bebidas alcoólicas no Brasil, é importante considerar que o mundo caminha para um cenário de progressivas restrições à propaganda, à fabricação e ao consumo de bebidas alcoólicas, da mesma maneira que ocorreu com o tabaco. Da mesma forma que o Ministério da Saúde, os produtores de cachaça de alambique e os consumidores que sempre lidaram com a bebida de forma responsável, têm demonstrado que concordam que a bebida alcoólica não é um produto qualquer e que medidas de defesa social devem ser tomadas. A situação atual prejudica a todos. Não concordamos com o "proibicionismo", por entender que mais prejudica do que favorece a sociedade, mas defendemos o controle social da indústria de bebidas alcoólicas, traduzido, prioritariamente, no monitoramento mais preciso possível da produção e consumo, base científica de qualquer medida relativa ao setor.
A Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA) tem reiterado a necessidade de "um amplo e minucioso censo da produção e consumo de bebidas alcoólicas". Trata-se de uma medida de médio prazo, uma vez que, dada a sua complexidade, necessita do desenvolvimento de metodologias específicas. Mas plenamente realizável e que, em alguma hora, tem que começar. E, voltamos a afirmar, a iniciativa cabe ao Governo, através de seus orgãos competentes.

Câmara aprova bebidas nas estradas

A Câmara Federal aprovou ontem o projeto que libera a venda de bebidas no perímetro urbano das rodovias federais. Ao mesmo tempo, torna mais rigorosas as penas para os motoristas que dirigirem depois de consumir álcool, mesmo que não se envolvam em acidentes.
Quem for flagrado com qualquer índice de álcool no sangue estará sujeito a pagamento de multa e retenção da carteira de habilitação por um ano. Se o índice estiver acima de 0,6 grama por litro de sangue, ficará sujeito a prisão de 6 meses a 3 anos. Pelo novo texto, o motorista embriagado que se envolver em acidente com morte poderá ser processado por homicídio doloso (pena de 6 a 20 anos de prisão) e não mais por homicídio culposo com agravante, que permitiria pena máxima de 6 anos. Esta mudança foi aprovada no Senado e mantida na Câmara.
A decisão da Câmara mostra que o Governo não pode tratar a questão das bebidas alcoólicas e do alcoolismo com "rompantes", com paliativos, com "medidas pra inglês ver", como fez recentemente com a edição da Medida Provisória que proibiu a venda de bebidas nas estradas. O Governo e a sociedade precisam entender que o Brasil carece de uma política pública para as bebidas alcoólicas, construída de forma ampla e participativa. E já está passando da hora de tomar alguma iniciativa concreta neste sentido.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Deu no Luis Nassif (http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=7571):

OMS quer controlar o álcool

Nota importante, e meio perdida no noticiário de hoje. Matéria de Jamil Chade, o excelente correspondente do Estadão em Genebra.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou a abertura de negociações para a criação de uma estratégia mundial de controle do consumo excessivo de álcool. A aprovação foi seguida de perto ontem em Genebra pelas fabricantes de bebidas, inclusive a Inbev, que enviou representantes brasileiros para a reunião. O Itamaraty e outros governos confirmaram ao Estado que as empresas fizeram lobby nos últimos dias nos corredores das Nações Unidas.

O Brasil é visto como um dos mais problemáticos em termos de consumo de álcool.

Segundo o Itamaraty, a resolução foi "fraquíssima", muito em função da pressão do governo dos Estados Unidos.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Campanha ensina a beber

Com uma campanha publicitária de 6 milhões de libras (quase 20 milhões de reais), o governo britânico quer ensinar os consumidores a beber. Pretende informá-los sobre os limites do álcool e quantas "unidades" estão contidas nas bebidas mais comuns.
Para a Ministra britânica Dawn Primarolo, secretária para Saúde Pública,o objetivo da campanha é informar o número de unidades de álcool contidas nas bebidas sem fazer julgamentos, permitindo que os consumidores tomem suas próprias decisões.

Pesquisa

Segundo uma pesquisa encomendada pelo Departamento de Saúde britânico para coincidir com o lançamento da campanha, três quartos dos consumidores entrevistados não sabem que um típico copo de vinho contém três unidades de álcool.
A pesquisa, que entrevistou 1.429 consumidores de álcool na Inglaterra, concluiu que mais de um terço não conhecia o limite diário recomendado – de duas a três unidades alcoólicas para mulheres e três a quatro para homens.
De acordo com a BBC de Londres, "as autoridades temem que os consumidores não tenham percebido o aumento no tamanho dos copos e o fato de que algumas bebidas se tornaram mais fortes. Metade dos entrevistados consome álcool pelo menos duas ou três vezes por semana".

A Associação Brasileira de Estudos do Álcool (ABEAD), preparou uma tabela sobre o que seria considerada uma unidade de álcool em diferentes tipos de bebidas:

(unidade - quantidade de álcool X volume da bebida)

1 copo de cerveja ou chopp

1/2 dose de cachaça, whisky ou qualquer tipo de destilados
(cachaça, vodka,gin,cognhac,etc)

1 copo típico de vinho

1 taça de champagnhe

1 cálice de licor ou vinho do porto

= 1 UNIDADE / 1 DOSE

Concentração X Unidades


Existem cervejas que têm uma concentração de álcool maior, como por exemplo as cervejas maltadas se comparadas com as cervejas comuns. O mesmo acontece para alguns tipos de vinhos. No rótulo das bebidas você encontra a concentração alcoólica, ou pelo menos deveria encontrar. No geral, as concentrações são :

Cerveja = 5 a 7 %

Vinhos = 10 a 12%

Licores e vinhos fortificados = 16%

Destilados = 40 a 50%

CONCLUSÃO (da ABEAD): "O fator de análise é a quantidade consumida de álcool, que irá variar conforme a concentração alcoólica e não a quantidade de líquido propriamente dita. Basta comparar um copo de chopp com meia dose de cachaça. A quantidade de líquido é bem diferente, mas a quantidade de álcool é a mesma".

A grande maioria dos produtores de cachaça de alambique, há mais de 10 anos, já reduziram o teor alcooólico das bebidas que produzem. Apesar da lei brasileira permitir a graduação alcoólica para cachaça entre 38º/gl e 48º/gl, a cachaça de qualidade tem variado entre 39º/gl e 42º/gl. As associações de produtores de cachaça de alambique são pioneiras no Brasil em apregoar o consumo moderado e responsável de bebidas alcoólicas.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Saúde e imposto

O Ministro da Saúde, José Ramos Temporão, em toda essa discussão em curso sobre tributação, avisa que bebida e fumo podem dar mais verba à Saúde. O Ministro defende que estes setores podem contribuir ainda mais.
Mas o próprio Ministro reconhece que o potencial de arrecadação destes setores é insuficiente para a Saúde e, por isto, defende, ainda, a criação de uma nova CPMF (Agência Estado, 19/05).
Até aí tudo bem. Mas deve o Sr. Ministro levar em conta, que os pequenos produtores de cachaça chegam a pagar até 16 vezes mais IPI que grandes produtores, uma situação insustentável, e que não é prática em nenhum lugar civilizado do mundo. Se o governo quer arrecadar mais com a bebida, que comece por promover a isonomia tributária. E isto é o mínimo, porque, na maioria dos países, os pequenos são protegidos em relação aos grandes. E mais: em se tratando de saúde, o Ministro Temporão deve notar que, no mundo da cachaça, os pequenos produtores são responsáveis por colocar no mercado cerca de 250 milhões de litros/ano de cachaça contra mais de 1 bilhão de litros das grandes indústrias de aguardente. E que este mercado é extremamente concentrado, com quatro empresas colocando no mercado cerca de 50% deste total. Por que não cobrar o imposto sobre o teor alcoólico (atendendo aos princípios mais rasteiros da tributação - o que levaria à isonomia tributária, ou taxar a escala de produção - atendendo aos princípios mais básicos da Saúde e recomendados pela OMS, que é a compensação pelos danos causados e a redução do consumo de álcool? Como diria Mino Carta, isto é compreensível até pelo mundo mineral.
Com a palavra, a Saúde.

sábado, 17 de maio de 2008

Um imenso canavial

Nos últimos três anos, o crescimento da área plantada de cana-de-açúcar em São Paulo tem sido impressionante. Até 2005, o produto ocupava 3 milhões de hectares de toda a área cultivada. No ano seguinte, saltou para 3,5 milhões, e, em 2007, para 4,2 milhões. São Paulo responde por cerca de 70% do total de cana-de-açúcar produzida no país.
Hoje, de um total de 8,5 milhões de hectares de área cultivada, cerca de 5 milhões- mais da metade- já são ocupados pela cana-de-açúcar, e o Governo do Estado, através da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, decidiu suspender por 120 dias o recebimento de pedidos de instalação ou ampliação de novas usinas de açúcar e álcool. O receio é de que a cana-de-açúcar no estado acabe se tornando uma monocultura. Ou, como previram Chico Buarque e Ruy Guerra em seu clássico "Fado Tropical": "Oh, esta terra ainda vai cumprir seu ideal/Ainda vai tornar-se/Um imenso canavial".

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Cachaça em Rondônia

O processo de regionalização da cachaça de alambique continua em pleno vapor. Rondônia, um dos poucos estados brasileiros que ainda não produzia a cachaça de qualidade, saiu recentemente da lista, com o lançamento da cachaça Sucuri. Produzida em alambique de cobre e envelhecida em tonéis de carvalho, a cachaça Sucuri tem a matéria-prima cultivada em uma área de 8 hectares na propriedade localizada há 756 km de Porto Velho, na BR-364, bem na divisa com o Estado do Mato Grosso. O local é parada obrigatória para viajantes, principalmente caminhoneiros.
A regionalização da produção e do consumo da cachaça de qualidade segue um processo que parece irreversível.Com a disseminação dos conceitos técnicos de produção aliados às boas práticas de controle, fica cada dia mais evidente que não se justifica uma cachaça viajar milhares de quilômetros, em razão apenas da "força da escala" (sair de S. Paulo ou do Ceará, por exemplo, para atingir extremos opostos no País), se ela pode ser produzida, gerar empregos, impostos e divisas em sua própria região.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Cachaça de alambique e cachaça de coluna



Grupo de pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), liderados pelos professores Dr. Douglas Wagner Franco e Dr. Roni Vicente Reche divulgou recentemente resultado de pesquisa realizada naquela unidade que demonstra de forma inequívoca a possibilidade de diferenciação em laboratório dos dois tipos de produtos existentes no mercado brasileiro, a cachaça de alambique e a aguardente industrial, também conhecida como cachaça de coluna. O grupo de pesquisadores sugere que os órgãos competentes incluam nas especificações legais de cada produto o perfil físico-químico ampliado no que diz respeito aos componentes que podem e devem ser mensurados nas análises a serem executadas pelos laboratórios de todo o país. O trabalho já foi publicado em revista científica reconhecida internacionalmente e o grupo solicitou patente sobre o processo desenvolvido.
Transcrevemos a seguir parte da conclusão dos pesquisadores:

“Existe um desejo manifesto dos produtores de cachaça artesanal em diferenciar seus produtos das ditas industriais. Este certamente é um item da tipificação da cachaça e que até o presente momento carecia de um
embasamente técnico para o seu controle e a inclusão no rótulo da bebida.
Considerando que os compostos: benzaldeído, formaldeído,
propionaldeído e acetaldeído (expressos como acetaldeído), isobutanol,
5-HMF, ácido acético, cobre e carbamato de etila são controlados pela
Legislação Brasileira, a adição de apenas dimetilsulfeto e butanol aos itens
já controlados e seu tratamento pela metodologia descrita neste estudo irá
atender a esta reivindicação dos produtores”.


Caso haja interesse em conhecer todo o conteúdo do trabalho dos professores, envie uma solicitação para: cmc@clubemineirodacachaca.com.br

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Cachaça patrimônio

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) aprovou o pedido de registro de patrimônio cultural nacional para o queijo artesanal de Minas, a exemplo do que já ocorreu com o samba do Rio de Janeiro e com o frevo.
A honraria, no entanto, não vale para qualquer queijo artesanal. O produto precisa ter sido elaborado a partir do processo tradicional como acontece nas regiões do Serro, Araxá, Serra da Canastra e Alto Paranaíba, em Minas Gerais.
No final de junho deve ser votado o registro de patrimônio cultural da capoeira. Pois bem: e a cachaça de alambique, única bebida nacional brasileira?

Cachaça no Rio

A Cidade do Samba, localizada na zona portuária do Rio de Janeiro, mais precisamente na Gamboa, vai abrigar entre os dias 12 e 14 de junho, a II Feira Internacional da Cachaça, a FEICA RIO. Entre os objetivos de seus organizadores está o de aproximar e integrar produtores, compradores e exportadores, além de contribuir para a popularização da cachaça de qualidade entre os consumidores. A FEICA oferece nos três dias um excelente conjunto de palestras e cursos, tanto para produtores quanto para os consumidores. Mais informações podem ser obtidas no endereço: hilda@feica.com.br

terça-feira, 6 de maio de 2008

Cachaça e aguardente

O Congresso Nacional abre as discussões para aprovação da Lei da Cachaça. Realmente, não faz sentido que a bebida nacional brasileira seja definida na mesma Lei que trata das bebidas alcoólicas em geral. O vinho possui uma Lei específica no Brasil.
O projeto da Lei da Cachaça é uma iniciativa do deputado federal Valdir Colatto (PMDB/SC) e procura atender antiga reivindicação dos produtores de cachaça de alambique (artesanais). As discussões para a elaboração da Lei da Cachaça abrem espaço para uma verdadeira "queda de braço" entre os produtores de cachaça de alambique e os produtores de aguardente industrial, que também exigem ser considerados como "cachaça". Os produtores de cachaça de alambique se alicerçam, entre outras coisas, nas peculiaridades sensoriais e fisico-químicas de seu produto, nos "usos e costumes", na história, nas raízes da produção da cachaça no Brasil, que teve início na primeira metade do século XVI. Os produtores de aguardente começaram a lançar seu produto no mercado na segunda metade do século XX e até recentemente se auto-denominavam produtores de "caninha" ou simplesmente "aguardente".

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Cachaça dá Samba

Lançado em 2007, mas ainda pouco divulgado, o excelente CD “Cachaça dá Samba”, idealizado e produzido pelo competentíssimo Henrique Cazes. O CD dá um gostoso passeio pela música popular brasileira que trata da cachaça, em ótimas interpretações de Alfredo Del-Penho e Pedro Paulo Malta. São canções de domínio público e de compositores como Noel Rosa, Zeca Pagodinho, Candeia, Moacir Luz e outros. O projeto gráfico traz rótulos de antigas aguardentes e é assinado pelo pesquisador da memória gráfica brasileira Egeu Laus.
O CD pode ser adquirido acessando o site www.deckdisc.com.br
Vale a pena reproduzir aqui um trecho do samba “Moenda Velha”, de autoria de Zeca Pagodinho e Wilson Moreira:

“Cachaça com bom tira-gosto
Se na goela passa
Aumenta a coragem
No peito e na raça
Eu trago a moleca pra junto de mim
Chego em casa tão bem
Quando bebo cana de alambique
Mas a de coluna me deixa sem pique
Não sei de onde venho, durmo no jardim”

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Absolut, Pernod Ricard e concentração

Pode-se dizer que a principal característica do mercado mundial de bebidas é a concentração. Um bom exemplo disso é a atuação da francesa Pernod Ricard, que acaba de adquirir a segunda marca de vodca mais vendida no mundo, a Absolut. Em termos de vendas, a Absolut (10 milhões de caixas/ano) só perde para a Smirnoff, que vende cerca de 23 milhões de caixas/ano. A Absolut foi adquirida por 5,6 bilhões de euros, ou 15 bilhões de reais.
Observa-se que o mercado mundial de bebidas é mais concentrado do que o do petróleo. 6 ou 7 empresas detêm cerca de 80% de tudo o que se produz e se comercializa em matéria de álcool potável. A Pernod Ricard, por exemplo, tirando fora o mercado dos EUA (de longe, os maiores consumidores), é a maior do mundo. Detém 15 marcas mundiais de whisky, é dona da Orloff, Wiborowa e agora da Absolut. Ainda em se tratando de vodca, é responsável pela distribuição da também tradicional Stolichnaya (que já está na mira para ser adquirida). Em termos de rum, é dona do Montilla, do Malibu e do Havana Club (foi a Pernod Ricard que andou contestando a propriedade da marca Havana, de Salinas).
No que diz respeito ao brandy, é dona - nada menos – do Macieira, do Domeq e do Fundador. A Pernod Ricard também se dá bem no licor (Pernod Ricard, Soho, Kahlua e Tia Maria), no gim (Beefeater), na cachaça (Janeiro e São Francisco), no vinho (Alamaden, Casillero del Diablo e Jacob´s Creek – o mais tradicional da Austrália), no Cognac ( Martell e Courvoisier) e no Bourbon (Jim Beam e Marker´s Mark).
Vende, anualmente, 78 milhões de caixas de destilados e 24 milhões de caixas de vinhos. Faturou de julho de 2006 a julho de 2007 6,5 bilhões de euros.
A Pernod Ricard só perde em faturamento para a Diageo.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Governo muda lei que proíbe venda de bebidas nas rodovias federais

O governo federal, através dos ministros das Relações Institucionais e Gabinete de Segurança Institucional e dos líderes dos partidos aliados na Câmara decidiu "abrandar" a Medida Provisória que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas estradas federais. A proibição valerá apenas para as áreas rurais, ficando de fora o perímetro urbano. Em contrapartida, o governo decidiu pelo aumento no rigor nas penas para o motorista que dirigir após ingestão de bebida alcoólica.
A MP, na prática, já havia perdido força com a série de liminares na justiça contra a proibição, em todo o território nacional.
Segundo o líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PE), o relatório que será votado hoje ficará mais rigoroso, porque não aceitará qualquer grau de ingestão. "O teor terá que ser zero. Bebeu, não pode dirigir", afirmou Rands. O motorista que for flagrado com o índice até 0,6% ficará sujeito a multas. De 0,6% em diante, além da multa, ele pode ser enquadrado no novo tipo penal a ser criado.
"O foco passou a ser menos no comércio de bebidas alcoólicas e mais na punição de quem bebe e dirige", afirmou. Segundo Rands, pesou na decisão de mudar o relatório final da medida provisória o argumento de que a proibição total de venda nas estradas federais levaria à demissão de muitos empregados de estabelecimentos comerciais localizados nas rodovias.




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terça-feira, 22 de abril de 2008

Universidade utiliza cegos em análise sensorial

Um projeto que visa melhorar a qualidade do vinho está sendo testado na Espanha, pela Universidade de La Rioja. O projeto prevê a substituição dos provadores tradicionais por deficientes visuais que, segundo o professor de Enologia Gonzalo Gonzalo, conseguem detectar problemas de aroma e paladar mais cedo do que máquinas, o que permitiria que as imperfeições do vinho seja corrigidas antes, melhorando o resultado final.
O método foi descoberto por acaso nos laboratórios da universidade, quando um professor convidou um amigo cego para um teste de vinhos. Os pesquisadores notaram, então, que o cego definia os picos de intensidade de aroma de cada vinho antes e com mais detalhe do que os processadores convencionais.
Atualmente, duas turmas de cegos participam dos processos de avaliação das características do vinho.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Impulso tecnológico

Entidades se reúnem para criar um centro de pronto atendimento ao produtor

A Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (AMPAQ), a Fundação
Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), a Federação Nacional das Associações dos
Produtores de Cachaça de Alambique (Fenaca) e a Cooperativa Central dos Produtores
de Cachaça de Minas Gerais (Coocen-MG) assinaram, no dia 15 de abril, convênio de
cooperação técnica que objetiva a atuação conjunta na idealização e execução de uma
proposta de integração das várias instituições de ensino e pesquisa que atuam na
área da cachaça.
A finalidade é criar uma Rede de Apoio Tecnológico (Redat) que atuará como núcleo de
convergência, de conexão dos conhecimentos e estudos realizados e desenvolvidos nas
várias instituições de pesquisa e ensino no País e disponibilizá-los, de forma
democrática, a todo o segmento da cachaça. A Rede atuará na busca das soluções
tecnológicas para o setor, além de oferecer uma assistência aos produtores de
cachaça de alambique no entendimento e incorporações de tecnologias para a melhoria
de seus produtos e na inovação tecnológica de seus processos.
A proposta prevê também atuação na área de recursos humanos, na qualificação de
profissionais especializados, tanto para área de produção quanto mercadológica, além
de auxiliar em infra-estrutura física e na promoção e divulgação da bebida nos
diversos eventos.

Na prática, a pretensão das entidades signatárias do convênio é que a Rede atue como
centro de pronto atendimento e suporte aos produtores de cachaça de alambique. Para
o presidente da Fenaca, Murílo Albernaz, a idéia é cobrir uma lacuna hoje existente
no mercado, da falta de suporte e orientação técnica ao produtor da cachaça de
alambique. “Esperamos que em um curto espaço de tempo possamos atender produtores de
todo território nacional”, diz Murilo.

O Convênio entra em vigor a partir da publicação no Diário oficial do Estado de
Minas Gerais, previsto para os próximos dias, e já pode ser utilizado pelo setor da
cachaça como um todo, que deverá apresentar suas demandas através das associações
conveniadas à Fenaca, à Coocen/MG e à AMPAQ.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Cachaça e álcool

A Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, desenvolveu uma micro-destilaria de etanol que pode servir - e muito - para os pequenos produtores de cachaça de alambique. Pequenos produtores da região já estão produzindo o álcool combustível para consumo próprio.

A cachaça de alambique de qualidade utiliza apenas o "coração" da destilação.
O início (10% + ou -) e o fim da destilação (10% + ou -), conhecidos como cabeça e cauda da cachaça, não servem como bebida. Contêm álcoois nocivos à saúde e devem ser descartados. E o que não teria valor comercial pode ser reaproveitado como álcool combustível.

A cauda e a cabeça da cachaça são bombeadas para um equipamento chamado coluna de retificação. A produção diária é de 70 litros de etanol. O produto pode, por exemplo, abastecer os carros da propriedade.

O preço da coluna de retificação varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Os interessados podem ter informações pelo telefone (31) 389918 99 ou pelo e-mail juarez@ufv.br.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Cachaça no Acre

Cachaça

Por Alceu Ranzi

O Brasil tem séculos de tradição em produzir cachaça a partir da cana de açúcar. É um dos destilados mais consumidos no mundo

A cachaça foi designada bebida brasileira pelo Decreto nº 4.062, de 21 de dezembro de 2001, assinado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. O nome “cachaça” está registrado internacionalmente como indicativo do produto de nosso país. “A cachaça é nossa!”. Cachaça é do Brasil! O mesmo se aplica ao champagne. Só pode receber o nome de champagne o “vinho espumante” produzido na região de Champagne, na França.

Em nosso país está em andamento o Programa de Melhoria da Qualidade da Cachaça, com a parceria do Sebrae. Visa incentivar os pequenos produtores a melhorarem o seu produto. O Programa “apóia a busca de financiamento, oferece assessoria técnica e tecnológica, incentiva à preservação ambiental e fomenta o turismo rural”.

A cachaça é produzida em quase todos os estados brasileiros - é a segunda bebida mais consumida no País, atrás apenas da cerveja. “Estima-se que existam mais de cinco mil marcas, incluídas as dos pequenos alambiques, fabricadas por cerca de 30 mil produtores”. Todos os anos são exportados milhões de litros. Além dos consumidores brasileiros, a cachaça é apreciada em vários países do mundo.

Cana de açúcar no Acre é sinônimo de caldo de cana. Tanto nas cidades, como ao longo das rodovias vemos placas de “caldo de cana”. Porém no Acre existe também a tradição de produção de rapadura, açúcar gramixó, alfinin e mel de cana. Isto revela a origem nordestina de nosso povo. Com um pouco de incentivo os produtores do Acre poderiam produzir cachaça branquinha da boa, pois no nordeste brasileiro, nos alambiques ou “engenhos de cana”, cachaça também é produzida no “sítio”.

Digo tudo isto para lembrar que talvez o Acre seja um dos poucos estados brasileiros que não produz cachaça. Embora uma tradição brasileira de mais de 300 anos, não tenho informação de que se produza cachaça no Acre. Quase toda a cachaça consumida no Acre, provém de destilarias de São Paulo. Não deixa de ser uma transferência de recursos para o estado mais rico da federação. Os mesmos recursos poderiam irrigar o sistema produtivo acreano.

E o pior, nos altos rios, no interiorzão do Acre, ao invés de cachaça consome-se o “tampa azul”. Uma tragédia.....um caso de saúde pública. Tampa azul é a denominação dada ao álcool industrial. As festas “no seringal” são movidas a “tampa azul” com leite condensado ou puro. Uma tristeza. Se os moradores de seringal apreciam “o tampa azul” é por uma questão de hábito, preço ou pela falta de uma boa cachaça artesanal de alambique.

O Governo do Acre, em parceria com outros órgãos, poderia aproveitar o momento do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade da Cachaça, para incentivar a instalação de pequenas unidades produtoras de “caninha” no Acre. Seria mais uma forma de aumentar a renda dos nossos agricultores.

Não estou fazendo a apologia do consumo de álcool ou de cachaça. Nem sou um “expert” no assunto. Mas alguém sabe qual o consumo de cachaça no Acre? Esta mesma cachaça poderia ser produzida nos locais de consumo, gerando impostos, emprego, renda e evitando o custo de transporte desde o sul do País.

E qual o consumo de álcool no Acre? Nem todo o álcool vai para hospitais, casas de saúde ou para serviços de limpeza. Parte do álcool adquirido pelos atacadistas do Acre é revendido para consumo em substituição da cachaça.

Vai aí uma “branquinha” acreana? Ou ainda estamos na “cocal” ou uma “tampa azul”?

(Artigo publicado originalmente na edição de 31/10 a 06/11/2004 do Jornal 'O Estado')

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Uísque popular

Uísque 12 anos, vinho chileno e Prosecco. Com estes produtos, as Centrais Sindicais comemoraram em Brasília, no último dia 09, junto com os parlamentares, a aprovação do projeto que destina 10% dos recursos arrecadados com a contribuição sindical às Centrais. Foram 1.500 copos e taças, em concorrido coquetel. Das duas, uma: ou a cachaça já não é mais popular ou as Centrais Sindicais já não são tão populares assim!

Vinhos e pesticidas

Uma organização ambientalista européia, a Pesticide Action Netword Europe (que reúne 600 ONGs e instituições em 60 países), analisou 40 garrafas de vinho, 34 convencionais e seis orgânicos. Suas origens eram variadas: França (13 amostras), Itália (3) Portugal (1), Áustria (10), Austrália (1), Alemanha (10) África do Sul (1) e Chile (1).Chegou a conclusão que os vinhos podem estar contaminados com pesticidas perigosos, em níveis 5.800 vezes mais altos do que o permitido em água engarrafada.
De acordo com a sommelier Sonia Melier, da Tribuna da Imprensa, "nos 34 convencionais encontraram 24 pesticidas classificados como cancerígenos, mutagênicos (capazes de promover alterações genéticas), reprotóxicos (danificam fetos e impedem a reprodução) e desintegradores do sistema endócrino. Dos seis vinhos orgânicos testados, apenas um continha traços de pesticidas, provavelmente contaminado por plantações vizinhas. Preço e fama dos vinhos não fizeram diferença. A análise incluiu três Crus Classées de Pessac-Léognan e de Saint Estèphe, preços ao redor de 200 euros, cada um com até cinco resíduos de pesticidas cancerígenos".

"Os técnicos do Pan Europe constatam que muitos agricultores abandonam métodos tradicionais de controle de pestes em favor de perigosos pesticidas sintéticos, uma tendência que resulta em impacto direto na qualidade dos vinhos, na saúde dos consumidores e dos agricultores que os aplicam", ressalta Sonia.

As uvas estão entre os alimentos mais contaminados à venda na Europa, pois recebem uma dose maior desses pesticidas do que qualquer outro alimento. Os vinhedos europeus representam apenas 3,5% da área agrícola total, mas usam 15% de todos os pesticidas sintéticos.

Mais de 26 bilhões de litros serão consumidos até 2010. Pesquisa recente da Global Industry Analysts, Inc., atribui a explosão de consumo à boa imagem do vinho para a saúde.

"A mídia não cansa de tratar a bebida como uma fonte da juventude: com ela, vivemos até os cem, prevenimos câncer, Alzheimer, coração etc. Mas talvez nós consumidores não cheguemos muito longe com o vinho que andamos bebendo", alerta a sommelier.

COMENTÁRIO

Posso estar errado, mas parece que o artigo não tem base nenhuma de
sustentação. Se o fato fosse real, já teria sido noticiado
anteriormente em outras mídias.

Também não acredito que os orgãos de controle dos vinhos nos paises
citados ainda não tivessem detetado o fato e sanado o problema.

Comentários deste tipo já foram divulgados na internet e
posteriormaente desmentidos ( por exemplo sobre a coca-cola ).

Para estes tipos de notícias o Clube deveria aprofundar um pouco mais
nas informações ( internet, etc. ) antes simplesmente repassar.

Espero que esta crítica seja entendida como construtiva e fica a
sugestão de tornar este site um local de troca de idéias sobre cachaça
( caso ainda não seja ).

Paulo Sergio

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Blogblogs

BlogBlogs.Com.Br

Deu no N.Y. Times

'Sedução da cachaça' se espalha pelos EUA, diz 'New York Times'

Maioria nos EUA só experimentou a bebida em caipirinha, diz o jornal
O gosto pela cachaça vem se espalhando pelos Estados Unidos, afirma reportagem publicada nesta quarta-feira pelo diário americano The New York Times.
Segundo o jornal, as importações do produto brasileiro cresceram de menos de 100 mil litros em 1998 para 213 mil litros em 2002 e 647 mil litros em 2007.
A reportagem observa que as duas marcas que dominam o mercado, Pitú e 51, são produzidas em escala industrial e comercializadas nos Estados Unidos por até cinco vezes seu preço de venda no Brasil, “onde elas custam pouco mais do que uma garrafa de água e são pouco respeitadas”.
O texto, que traz uma orientação sobre como pronunciar o nome da bebida (ka-SHA-sas), comenta que os americanos que já experimentaram o aguardente provavelmente o fizeram como parte de uma capirinha (kye-peer-EEN-yahs, orienta o jornal).
Cachaças artesanais
Mas o NYT comenta que há um crescente interesse nos Estados Unidos por cachaças artesanais, envelhecidas em tonéis de madeira.
“As cachaças envelhecidas, que normalmente passam ao menos um ano em tonéis de madeira, representam ainda apenas uma pequena fração do mercado total de cachaça nos Estados Unidos”, diz o jornal. “Mas a demanda está crescendo.”
A reportagem comenta que mesmo no Brasil o gosto pela cachaça como bebida fina também é uma novidade. “Apesar de a cachaça existir desde o século 16, somente na última década que as marcas mais finas se tornaram populares”, diz o texto.
Antônio Rocha, produtor da cachaça Rochinha, no Estado do Rio de Janeiro, comenta ao jornal que “até os anos 1990, a cachaça não tinha nenhum valor”. “As cachaças que vendiam bem eram as anunciadas; as de qualidade não eram anunciadas e dependiam só do boca-a-boca”, diz.
Para um importador citado pela reportagem, o mercado da cachaça “ainda está em sua infância”. “O que a cachaça pode mostrar ao mundo é uma variedade de sabores que não está disponível em nenhum outro aguardente”, diz o importador.(Fonte: BBC Brasil)

Um video do NYTimes que complementa a matéria acima. Após as notícias da guerra, tá lá a cachaça de alambique:
http://video.on.nytimes.com/?fr_story=a72fea557a62ed8b3a19a7c84ee0e4678d7962