quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O ambicioso plano da cachaça

Reproduzo matéria publicada no jornal Estado de Minas, de 16/02/2011

Governo de MG promete ressuscitar programa para ampliar produção artesanal em 45%. Baixar imposto, reforçar marketing e criar centro de pesquisa estão entre medidas estudadas
Paulo Henrique Lobato

Adormecido há quatro anos, o Pró-Cachaça será ressuscitado pelo governo de Minas, que deseja associar a tradicional bebida artesanal, criada na época do Brasil colônia, ao nome do estado, a exemplo do uísque escocês, da vodca russa, do champanhe francês e da tequila mexicana. O primeiro passo será a nomeação dos 22 integrantes do conselho gestor do programa, o que ocorrerá em março. Algumas medidas já foram definidas e serão implantadas nos próximos quatro anos: marketing agressivo para divulgar a branquinha nos mercados externos e interno, conseguir a indicação geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) – o título confere ao produto uma espécie de identidade, tornando-o mais confiável – e criar a primeira unidade estadual de pesquisa voltada para inovações e outras melhorias no setor. Outra medida é possibilidade da redução, de 12% para 8,4%, da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A promessa de reativação do Pró-Cachaça anima os fabricantes artesanais. A expectativa da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq) é expandir a produção anual em 45,8%, de 240 milhões de litros para 350 milhões, depois de as medidas serem implantadas. A produção nacional artesanal soma 400 milhões, mas, quando levado em conta a aguardente industrializada, o volume chega a 1,3 bilhão. “Minas Gerais é responsável por 60% da cachaça de alambique. Somos 9 mil produtores, dos quais 900 são formais. O setor tem 45 mil empregos diretos. Se o governador cumprir o que está na página 62 do seu plano de governo (revitalizar o Pró-Cachaça), vamos agregar números melhores”, avalia Alexandre Wagner da Silva, presidente da entidade.

Ele elogia a estratégia do governo em associar a bebida ao estado, mas alerta que o sucesso do programa também depende da revisão dos impostos, pois, apesar de Minas responder por 60% do mercado nacional de aguardente artesanal, a cachaça industrializada – a maioria é fabricada em São Paulo e no Ceará – ainda domina o comércio brasileiro. “Uma das metas é tentar, junto aos governos estadual e federal, a redução das alíquotas. Pretendemos abaixar (o ICMS) para 8,4%. Ainda é uma proposta”, antecipa Thiara Ribeiro, secretária executiva do programa, acrescentando que uma das consequências do Pró-Cachaça deve ser a migração de produtores informais para a formalidade.

Também aumentará a produção da tradicional bebida, usada por Dom Pedro I (1798/1834) para brindar o grito às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822. “Foi um desafio à bagaceira portuguesa, bebida feita com o bagaço da uva. Por muitos anos, (a coroa lusitana) proibiu a fabricação da cachaça brasileira (feita com a cana-de-açúcar)”, conta o apreciador da branquinha Murilo Albernaz, de 62 anos, dono do Clube Mineiro da Cachaça, no Bairro Santa Tereza, na Região Leste. O estabelecimento dele tem a maior variedade de marcas de aguardente do país: “São 1,2 mil rótulos diferentes e 4 mil garrafas”.

Uma delas é a legítima Havana, fabricada em Salinas, no Norte de Minas. A garrafa de 750 ml, que fica exposta num oratório, sai a R$ 450, quase cinco vezes mais que a embalagem de um uísque de boa qualidade negociada nos supermercados da capital. “A dose pode ser degustada a R$ 45”, divulga Albernaz que vende uma embalagem a cada dois meses. Já as duas marcas produzidas pelo presidente da Ampaq – Água da Bica e Sonhadora, ambas fabricadas em Brumadinho, na região metropolitana, custam bem menos.

No entanto ele projeta bons negócios após a revitalização do Pró-Cachaça: “A produção da Água Limpa, que hoje é de 80 mil litros por ano, deve saltar para 100 mil. A da Sonhadora, feita para mulheres, passará de 50 mil para 80 mil”. Seu Ailton Fernandes, dono da Meia Lua, de Salinas, no Norte de Minas, também torce para o sucesso do programa. Parte de sua produção é voltada para o mercado dos Estados Unidos. Ele espera aumentar a parcela de exportação.

“Estou no mercado desde 1988. Minha produção atual é de 40 mil litros por ano. Vendo para todos os estados brasileiros, e a expectativa é ampliar a produção, caso o programa dê certo”, diz o fabricante, escondendo quanto fatura com o mercado externo. Nesse concorrido setor, o segredo é uma das causas do sucesso.

Lobosó de São Roque de Minas com Cachaça Vale Verde

Hoje, 16 de fevereiro, mais uma edição do Clube Gourmet, do Clube Mineiro da Cachaça. Aqui você acompanha o resgate da tradicional culinária mineira e convive com convidados especiais que preparam sua receita, interagem com os amigos, trocam informações, experiências e dicas ligadas à culinária, sempre em um ambiente charmoso e acolhedor.

Antônio RabeloNeto de família tradicional de São Roque de Minas – Serra da Canastra - nasceu em Piumhi e foi criado em São Roque por sua avó, a Dona Losa, onde viveu entre o fogão e o forno a lenha de onde saíam quitandas e pratos deliciosos. Como um bom mineiro, interessou-se pela gastronomia das Minas Gerais e em junho de 1989 inaugurou o Zagaia, um pequeno bar que, após alguns anos de sucesso, tornou-se uma referência cultural.
Ao mudar-se para Belo Horizonte Toninho trouxe consigo o prazer pela culinária. Ingressou na Faculdade Estácio de Sá, cursou Gastronomia e sempre prepara para os amigos o Lobosó.

LobosóPrato típico da região da Serra da Canastra, onde a gente do lugar colhia em meio a roças de milho, abobrinhas novinhas, jilós e taiobas que eram cozidas com pedaços de queijo canastra e misturadas com farinha de milho em biju. Servido sempre com azeite, queijo canastra ralado, cebolinha, salsinha e um toque de pimenta passarinho (Cumari), desta vez o Lobosó é acompanhado pelo lombo de porco com um molho prá lá de especial e que tem como um dos principais ingredientes a cachaça Vale Verde.
Venha fazer parte dessa turma. O prato custa apenas R$ 12,00 e você ainda saboreia, gratuitamente, a cachaça de qualidade. Reserve sua mesa, porque as vagas são limitadas.


São Roque de MinasCom população de cerca de 7 mil habitantes, é uma das principais entradas do Parque Nacional da Serra da Canastra. Tem várias atrações naturais, com destaque para a Nascente do Rio São Francisco e sua primeira queda, a Cachoeira de Casca Danta, a Cachoeira do Cerradão, com mais de 110 metros de queda. Outras atrações são a Cachoeiras Antônio Ricardo e o Poço das Orquídeas. A vida econômica do município se baseia, há mais de um século, na produção do queijo Canastra. A segunda maior atividade em importância é a cafeicultura, cuja área de plantio cresceu muito nos últimos dois anos.
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E tem mais: toda terça, no Clube Mineiro da Cachaça, acontece a "Terça Devassa".
Lilian Machado coordena a diversão com muita Devassa Gelada a preço promocional e música da melhor qualidade.
Mas as atrações não param por aí: a cada duas cervejas que você consumir, nossas promotoras vão disputar com você, no dado, mais uma por conta da Casa. Não fique fora dessa!


Clube Mineiro da Cachaça
Rua Mármore, 373. Santa Tereza. BH. MG.
Informações e reservas:
(31) 2515-7149 – (31) 3468-3084 - (31) 9102-9405
Aprecie a vida radicalmente, mas beba com moderação!

Movidos a álcool

Verão na Bahia é sinônimo de muito pagode e axé. Os ensaios de Psirico, Harmonia, Jau, Brown, Parangolé, entre outros, tomam conta da capital Salvador e região. Mas se você não quer ralar a tcheca no chão, há sempre uma opção. Venha sofrer, amar, beber até cair e curtir o som irreverente do rock brega da banda Movidos a Álcool, no próximo dia 18 de fevereiro (sexta-feira).

Neste dia, todos os caminhos nos levam ao Let's Go, em Vilas do Atlântico, Lauro de Freitas. A partir das 22h, Waldick Soriano e Raul Seixas serão encarnados na voz inconfundível do musicalmente sóbrio Eduardo Cachaça. Na guitarra, Belvis Seixas. No baixo, Willy Haendel. A bateria é domada por Tico Malibú. Os teclados de Fabrício Biron dão o toque mais brega ao grupo. Tudo isso e você só paga R$ 10. Metade pelo rock e a outra pelo brega.

O convite está feito. A galera da Movidos a Álcool te espera para biritar ao som do melhor rock brega desse verão. No show, sucessos da banda, como 'Sônia Louca' e 'Vou Morar no Brega', se misturam com clássicos da música popular brasileira. 'A Raposa e as Uvas' e 'Garçom' estão mais do que certas no repertório.

Histórico e estilo
Fundada em 2001 pelo vocalista Eduardo Cachaça e pelo guitarrista Belvis Seixas, a Movidos celebra a união do rock com o brega. As influências vão de Odair José a Camisa de Vênus. Não há limites para criatividade. O grupo esbanja irreverência também no figurino colorido e florido. Ou melhor, brega. A turma da banda acompanha a galera e birita durante a apresentação. Combustível que já vem no nome. No show, músicas inteligentes falam de mulheres, traições, histórias e dores de amor, boemia e causos de mesa de bar. Tudo isso é um oferecimento da Manguaça Records, selo criado pela própria banda, que já vendeu mais de dois mil discos.

Serviço
Quando: dia 18 de fevereiro de 2011 (sexta-feira)
Onde: Let's Go, Vilas do Atlântico (Lauro de Freitas)
Horário: A partir das 22h
Entrada: R$ 10
Mais informações: http://www.facebook.com/l/7727eY_LY8-jkmiBiVZ6fFQ7WnA;www.movidosaalcool.com.br

Cachaça Havana disputa marca com fabricante de rum

Reproduzo matéria publicada pelo Pró-Cachaça, de Minas Gerais.

Belo Horizonte - Uma das disputas sobre marcas de maior repercussão no País completou dez anos sem perspectivas de um acordo. A briga que opõe uma fabricante internacional de rum e a família que produz a mais famosa aguardente artesanal mineira foi parar nos tribunais depois que, em 31 de janeiro de 2001, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) arquivou o pedido de registro da cachaça Havana.
A decisão obrigou a pequena indústria de aguardente a alterar o nome nos rótulos, já que a marca havia sido registrada pela Havana Club Holding S/A, do rum Havana Club. Em outubro de 2005, os herdeiros de Anísio Santiago - que em 1943 iniciou a produção da cachaça Havana, na fazenda de mesmo nome, localizada na Serra dos Bois, em Salinas, no norte de Minas - conseguiram reaver o nome por meio de liminar, mas agora lutam para ter a marca em definitivo.
“Está fazendo dez anos, a gente esperava que já tivesse uma solução”, reclama João Ramos, genro de Anísio Santiago, que morreu em dezembro de 2002, aos 90 anos. Segundo familiares, ele faleceu extremamente desgostoso com a perda da marca, tanto que pediu que colocassem fogo em todos os rótulos da Havana.
Na tentativa de conseguir reverter a decisão do Inpi, herdeiros de Anísio pediram ajuda a políticos do Estado. No início do governo Lula, o ex-vice-presidente José Alencar - cuja família também é produtora de cachaça - encaminhou carta à direção do instituto. No ano passado, Ramos fez um apelo à então candidata Dilma Rousseff quando, durante a campanha, ela visitou Montes Claros, cidade vizinha a Salinas.
No fim de 2010, ele participou de uma audiência em Brasília com o ex-ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. “A gente tem buscado apoios, mas tem sido uma luta inglória. Por que outros países defendem os seus produtos, a França defende seus vinhos, seus queijos, e nós não defendemos a nossa cachaça?”, questiona.
A liminar concedida pela Comarca do município à Indústria e Comércio de Aguardentes Havana foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O processo de dez volumes foi remetido em 2008 para a 8.ª Vara Federal de Belo Horizonte e aguarda sentença desde junho. Figuram como réus o Inpi e a Havana Club Holding.
Em tempo(nota do Blog):o rum Havana Clube pertence à multinacional de origem francesa Pernod Ricard.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Rótulos de Cachaça em Mostra

Exposição "Caprichosamente Engarrafada: Rótulos de Cachaça", fica em cartaz a partir desta semana no Instituto Tomie Ohtake (zona oeste de São Paulo.Acesse: http://guia.folha.com.br/exposicoes/ult10048u872402.shtml