sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sangue e Uísque

Lançado em 2006, o livro “Sangue e Uísque”, escrito pelo conhecido biógrafo Peter Krass, é um delicioso mergulho na historia de Lynchburg, no Tennessee, em busca das origens e feitos de Jack Daniels. Existiu mesmo um Jack Daniels de carne e osso ou trata-se apenas de uma história inventada para vender uísque? O livro responde, recheado de boas histórias de choques com abstêmios partidários da Lei Seca.
O livro “Sangue e Uísque” faz parte da biblioteca do Clube Mineiro da Cachaça.
“Sangue e Uísque” – a vida e a época de Jack Daniel
Peter Krass ; tradução Marcos Santarrita
Rio de Janeiro; Imago, 2006 – 284 pp

Cachaça e cadeia

A Justiça de São Paulo já expediu o alvará de soltura do catador de papel acusado de tentar furtar uma garrafa de cachaça, no valor de R$ 1,50, na zona sul da capital paulista. O alvará, de acordo com o Tribunal de Justiça, foi enviado ontem mesmo ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Osasco, na Grande São Paulo, onde Reginaldo Pereira da Silva está preso. Reginaldo foi preso em julho de 2007 porque teria ingerido a bebida no interior de um supermercado na Avenida Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Será que o preço da cachaça influenciou na decisão do Tribunal?

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Livro

Ótima a definição de "livro" no blog cachaça retangular (http://cachacaretangular.blogspot.com/): "O livro é uma cachaça em formato retangular produzida a partir de três componentes: papel, tinta e idéias" (JA)

Preso por beber cachaça

Reginaldo Pereira da Silva, um catador de papel de 30 anos, está preso há mais de sete meses em São Paulo por ter entrado em um supermercado e bebido a cachaça mais barata da prateleira (R$ 1,50). A polícia não aceitou sua alegação de que estava bêbado e Reginaldo acabou sendo condenado por furto, que prevê pena de um a quatro anos de reclusão. Segundo informações do jornal Diário de São Paulo, sua mulher está grávida e luta para libertá-lo.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Safra recorde

Levantamento recente da Datagro mostra que a colheita da safra da cana-de-açúcar 2008/2009 baterá novo recorde no Brasil. Prevê-se para esta safra 532,5 milhões de toneladas, contra 485,5 milhões de toneladas da safra anterior, apontando um crescimento de 9,7%. Estima-se cerca de 57% da colheita para a produção do álcool e 43% para o acúcar.
A expansão é resultado dos investimentos em novos projetos de usina no país, mas, para especialistas, apesar da safra recorde, o rendimento da cana será menor, por conta dos baixos tratos culturais. A renovação dos canaviais no ano de 2007 não ocorreu como o esperado, em função dos preços do açúcar e do álcool.
Para grandes fabricantes, que produzem aguardente industrial e álcool simultâneamente, com o preço do etanol pouco compensador, 2008 será um bom ano para investir na "branquinha". Para os produtores de cachaça de alambique, preocupados com a seleção de novas variedades, o aumento da produção tem se dado, principalmente, pelo aumento na produtividade da cana, reflexo do esforço pela qualidade em todo o processo produtivo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Mudanças na Câmara da Cachaça

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tendo agora como Secretário-Executivo o deputado federal Silas Brasileiro (PMDB-MG), está promovendo alterações nas Câmaras Setoriais e Temáticas que compõem a estrutura funcional do Conselho do Agronegócio, entre elas, a Camara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça. Para o MAPA, o objetivo é "fortalecer e conferir maior efetividade aos trabalhos". Entre as medidas propostas está a redução para 25 o número dos membros integrantes.
A criação da Câmara Setorial da Cachaça, em 2006, foi um passo importante no sentido de possibilitar que o setor da cachaça pudesse ser ouvido pelo Governo, mas a sua atuação ficou a desejar em razão, principalmente, das divergências entre os representantes dos pequenos e dos grandes produtores. Interessa aos pequenos o estabelecimento de uma "política pública" para as bebidas alcoólicas no País, construída de forma ampla e participativa, e que leve em conta a necessidade de isonomia tributária (hoje os pequenos produtores chegam a pagar até 16 vezes mais IPI do que grandes fabricantes), o controle social da produção e do consumo e ênfase na responsabilidade social.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Mobilização de produtores

Os produtores de cachaça de alambique de Minas e do resto do país começam a se manifestar contra a ação absurda do governo federal de proibir o comércio de bebidas alcoólicas nas estradas. A medida do governo atinge profundamente os pequenos produtores e comerciantes de beira de estrada, hotéis e pousadas que vivem do turismo e por aí vai. Trata-se de uma medida que não resolve o problema que se propõe a resolver, que é combater o alcoolismo nas estradas. Por que o governo não faz como o resto do mundo civilizado e pune o motorista que dirige embriagado? Por que não fiscaliza e pune quem comete a infração? Por que vai contra os pequenos produtores e comerciantes? A pressão dos pequenos produtores pela revogação da medida provisória é justa e deve mesmo ser levada a todas as instâncias. E, além disso, se o governo quisesse de fato tratar a questão do alcoolismo com seriedade, deveria olhar paras as várias centenas de bebidas compostas, à base de álcool de cana, vendidas livremente e supermercados, bares e vendas, sem controle algum, sem pagar impostos, sem qualquer fiscalização. A medida do governo é mesmo inaceitável!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cachaça dos Inconfidentes

Ouro Preto e demais cidades da região dos Inconfidentes já estão em ponto de bala para buscar a primeira Indicação Geográfica (IG) da cachaça de alambique de Minas. No último dia 13, personalidades políticas e empresariais da região se reuniram em Ouro Preto com representantes do Ministério da Agricultura para dar início ao projeto.
De acordo com o Ministério da Agricultura, "nos mercados nacional e internacional, muitos produtos são caracterizados não apenas pela marca que ostentam, mas também pela indicação da sua verdadeira origem geográfica. Esta indicação lhes atribui certa reputação, valor intrínseco e identidade própria que os distinguem dos demais produtos de igual natureza disponíveis no mercado. No transcurso da história o termo "indicação geográfica" foi se firmando quando produtores, comerciantes e consumidores começaram a identificar que alguns produtos de determinados lugares apresentavam qualidades particulares, atribuíveis a sua origem geográfica, e começaram a denominá-los com o nome geográfico que indicava sua procedência".
A primeira cidade no país a buscar a IG para a cachaça de alambique foi Parati, no Rio de Janeiro, no ano passado.
A busca da IG da cachaça de alambique da região dos Inconfidentes (muitas são as marcas de cachaça de qualidade na região) está sendo liderada pela AMPAQ e pela Cooperativa Central dos Produtores de Cachaça de Minas Gerais, a COOCEN-MG.

Cachaça não é água

Em video raro, a inesquecível Carmem Costa interpreta a marcha da cachaça de alambique. Imperdível! Clique: http://www.youtube.com/watch?v=0LM7jup1wVE

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A cachaça e o preço da terra

O primeiro cuidado que os produtores de cachaça de alambique têm é com a matéria prima, a qualidade da terra e da cana plantada, passo inicial para a qualidade do produto final. Como se já não bastassem as impostos absurdos que incidem sobre a pequena produção de cachaça (ao contrário dos grandes, que recebem tratamento privilegiado por parte do governo), uma nova dificuldade bate à porta dos produtores: o preço da terra praticamente dobrou nos últimos 12 meses, segundo pesquisa do Instituto FNP, consultoria privada especializada no agronegócio. De acordo com informações da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), “um hectare de terra agrícola que valia R$ 4.482 em Luís Eduardo Magalhães, no cerrado baiano, no começo de 2007, passou a R$ 7.000 depois de um ano. No cerrado de Balsas (MA), o preço passou da faixa de R$ 485/R$ 890 para R$ 1.300/R$ 1.430 em igual período. Em Alta Floresta (MT), a terra de soja evoluiu de R$ 1.360 a R$ 2.000”. Ainda de acordo com a UDOP, “o Estado de São Paulo registra as maiores valorizações absolutas no valor do hectare. As regiões de Araraquara, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e Pirassununga tiveram o valor do hectare duplicado em alguns casos em áreas para o cultivo de grãos, cana, café e pastagens”. Trata-se de uma tendência de alta que se reflete em todo o país e que dificulta as condições do pequeno produtor, responsável pela cachaça de qualidade.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A cachaça e o malandro

A música e a poesia brasileira, ao tratarem do cotidiano do nosso povo, estão recheadas de referências à cachaça. Na maioria das vezes, tratam a nossa bebida com o carinho que ela merece. Estaremos publicando, ocasionalmente, poemas e músicas que tratam da nossa bebida nacional. Aguardamos sugestões dos leitores que se lembrarem de alguma. Para começar, uma obra prima do Chico.

O malandro
Kurt Weill - Bertolt Brecht -
versão livre de Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do Malandro, de Chico Buarque


O malandro/Na dureza
Senta à mesa/Do café
Bebe um gole/De cachaça
Acha graça/E dá no pé

O garçom/No prejuízo
Sem sorriso/Sem freguês
De passagem/Pela caixa
Dá uma baixa/No português

O galego/Acha estranho
Que o seu ganho/Tá um horror
Pega o lápis/Soma os canos
Passa os danos/Pro distribuidor

Mas o frete/Vê que ao todo
Há engodo/Nos papéis
E pra cima/Do alambique
Dá um trambique/De cem mil réis

O usineiro/Nessa luta
Grita puta que pariu
Não é idiota/Trunca a nota
Lesa o Banco/Do Brasil

Nosso banco/Tá cotado
No mercado/Exterior
Então taxa/A cachaça
A um preço/Assustador

Mas os ianques/Com seus tanques
Têm bem mais o/Que fazer
E proíbem/Os soldados
Aliados/De beber

A cachaça/Tá parada
Rejeitada/No barril
O alambique/Tem chilique
Contra o Banco/Do Brasil

O usineiro/Faz barulho
Com orgulho/De produtor
Mas a sua/Raiva cega
Descarrega/No carregador

Este chega/Pro galego
Nega arreglo/Cobra mais
A cachaça/Tá de graça
Mas o frete/Como é que faz?

O galego/Tá apertado
Pro seu lado/Não tá bom
Então deixa/Congelada
A mesada/Do garçon

O garçon vê/Um malandro
Sai gritando/Pega ladrão
E o malandro/Autuado
É julgado e condenado culpado
Pela situação.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Medida pontual

Já começam a surgir iniciativas para questionar no Supremo, através de Ações Diretas de Inconstitucionalidade, a recente Medida Provisória do Governo que proíbe a venda de bebidas alcoólicas ao longo das estradas federais. Segundo especialistas, estas ações têm toda a possibilidade de vitória no Supremo. O governo, pelo visto, mesmo com boas intenções, “trocou os pés pelas mãos”, ao tratar assunto de tamanha importância – que é a questão do comércio de bebidas – com uma medida pontual, sem considerar mais amplamente a questão. A verdade é que não existe uma política pública para as bebidas alcoólicas no Brasil. Não existe – pelo menos do conhecimento público – nenhum controle sobre a produção e o consumo de bebidas no Brasil. E como querer tratar a questão da venda de bebidas alcoólicas nas estradas federais, isoladamente, passando ao largo da discussão dos impostos sobre as bebidas alcoólicas, que taxa a cachaça artesanal dos pequenos produtores em até 16 vezes mais do que taxa as grandes empresas industriais de cachaça e que coloca o produto no varejo a preços irrisórios, estimulando o consumo desenfreado? Como querer tratar com seriedade a questão do alcoolismo no Brasil fechando os olhos para as centenas de bebidas compostas, vendidas livremente nos supermercados, sem fiscalização alguma e, às vezes, até mesmo sem pagar impostos? É claro que o consumo imoderado tem de ser coibido, mas com medidas que realmente levem em conta a complexidade do assunto.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Nenê homenageia Câmara Cascudo

A equipe do Clube Mineiro da Cachaça cumprimenta a Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, de São Paulo, por levar à avenida homenagem ao grande intelectual Luis da Câmara Cascudo, nos 110 anos do seu nascimento.
Pena que os três compositores do samba enredo, Nenê, Adriano Bejar e Sulu deixaram de abrilhantar mais ainda a homenagem ao não colocar na letra referência à cachaça de alambique, grande paixão do escritor.
A propósito, 2008 marca os 40 anos da primeira edição do Prelúdio da Cachaça -Etnografia, História e Sociologia da aguardente no Brasil, pelo IAA, Instituto do Açúcar e do Álcool. O pequeno grande livro de Câmara Cascudo é leitura e referência indispensável para todos nós amantes do destilado nacional.
O Clube vai promover comemorações especiais, aguarde!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Cachaça no carnaval de São Paulo

O desfile de carnaval em São Paulo, neste ano de 2008, vai contar, pela primeira vez, com a participação da Escola de Samba Unidos da Vila Alemã, da cidade de Limeira. A Escola vai apresentar o enredo “A história da cana no Brasil”, com alas abordando assuntos diversos, como a dos bóia-frias, da ciência, do etanol, etc. Como não poderia deixar de ser, Mestre Sala e Porta-Bandeira representam a cachaça.