segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

A cachaça e o preço da terra

O primeiro cuidado que os produtores de cachaça de alambique têm é com a matéria prima, a qualidade da terra e da cana plantada, passo inicial para a qualidade do produto final. Como se já não bastassem as impostos absurdos que incidem sobre a pequena produção de cachaça (ao contrário dos grandes, que recebem tratamento privilegiado por parte do governo), uma nova dificuldade bate à porta dos produtores: o preço da terra praticamente dobrou nos últimos 12 meses, segundo pesquisa do Instituto FNP, consultoria privada especializada no agronegócio. De acordo com informações da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), “um hectare de terra agrícola que valia R$ 4.482 em Luís Eduardo Magalhães, no cerrado baiano, no começo de 2007, passou a R$ 7.000 depois de um ano. No cerrado de Balsas (MA), o preço passou da faixa de R$ 485/R$ 890 para R$ 1.300/R$ 1.430 em igual período. Em Alta Floresta (MT), a terra de soja evoluiu de R$ 1.360 a R$ 2.000”. Ainda de acordo com a UDOP, “o Estado de São Paulo registra as maiores valorizações absolutas no valor do hectare. As regiões de Araraquara, Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto e Pirassununga tiveram o valor do hectare duplicado em alguns casos em áreas para o cultivo de grãos, cana, café e pastagens”. Trata-se de uma tendência de alta que se reflete em todo o país e que dificulta as condições do pequeno produtor, responsável pela cachaça de qualidade.

Nenhum comentário: