quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Para ex-Ministro, cachaça só pode ser de alambique

O Ministro aposentado do Tribunal de Contas da União, Carlos Átila, também um experiente produtor da “Cachaça do Ministro” em Alexânia, Goiás, afirmou recentemente, através de correspondência eletrônica encaminhada à Federação Nacional dos Produtores de Cachaça – FENACA, que o nome “cachaça” deveria ser reservado exclusivamente para a cachaça produzida em alambique, com fermentação natural, e que o destilado produzido em coluna deveria ser denominado “aguardente”.
“Somente com a destilação em alambique de cada batelada, conhecendo-se portanto o volume que está sendo destilado, é que se torna possível fazer a separação rigorosa da cabeça, do coração e da cauda, ao longo da destilação, proporcionalmente ao volume total de álcool. E somente o coração pode ser aproveitado para envelhecimento e/ou engarrafamento, pois as duas outras frações contêm componentes tóxicos em alta proporção”.
Afirma ainda o ex-Ministro, que “a aguardente de coluna utiliza processo contínuo de destilação, no qual não há como fazer a separação das três frações, que se agregam indistintamente ao produto final, o qual nada mais é, portanto, do que do álcool hidratado, com graduação reduzida para 39ºv/v. Como o álcool hidratado de 96º está cotado hoje nas refinarias aR$0,70/litro, está claro que, se for vendido como cachaça, praticamente só se acrescenta o preço do vasilhame e os custos da comercialização”.
Cachaça e aguardente, portanto, são produtos completamente diferentes, conclui Carlos Átila. “É como champagne e refrigerante gaseificado; couro e “curvin”, madeira de lei e MDF”, arremata.

Nenhum comentário: