Após quatro anos de crescimento significativo, as vendas de cerveja voltaram a estagnar no Brasil. A estimativa é que o mercado tenha fechado em 2008 com o mesmo patamar de 2007: 10,4 bilhões de litros. E as perspectivas para este ano não são muito melhores do que isso. O setor já tinha vivido situação semelhante entre 2000 e 2003, quando as vendas estacionaram em 8,4 bilhões de litros. E essa parada de agora coloca mais pressão sobre as empresas, que vinham investindo muito em aumento de produção nos últimos anos.
As fabricantes ainda não admitem abertamente a estagnação das vendas. Mas reconhecem que o ano passado não foi exatamente o que esperavam. “Se comparado aos últimos cinco anos, quando o setor apresentou crescimento médio na casa dos dois dígitos, houve uma clara desaceleração em 2008”, diz Paulo Macedo, diretor de relações externas do Mercosul da Femsa, dona das marcas Sol e Kaiser.
Os reflexos do resultado ruim, porém, já chegaram. Na AmBev, líder na venda de cervejas no País - com 67,4% do mercado -, por exemplo, os executivos não vão receber os bônus referentes a 2008, já que o resultado ficou aquém do esperado. O grupo também decidiu engavetar o plano de abrir uma nova fábrica no Nordeste - mas ainda mantém, pelo menos por enquanto, o projeto de uma nova unidade em Sete Lagoas (MG).
“Ainda não tenho notícias de cortes entre as empresas com que conversei nas últimas semanas”, diz Enio Rodrigues, superintendente do Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja (Sindicerv). “Algumas dizem que vão persistir nos seus planos, como estratégia para ganhar mercado com uma política de preços baixos. No geral, todas aguardam os resultados de janeiro e fevereiro para tomar decisões mais efetivas.” Na AmBev, porém, executivos dizem que “se houver retração, a empresa será ágil em desativar o que for preciso”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
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